Três olhares, uma cidade: conheça artistas que transformam São Luís em arte
No aniversário de 413 anos da cidade, que se comemora nesta segunda-feira (8), o DE conversou com o fotografo Alan Rodrigues, a tatuadora e artista visual Iara Oliveira e com o grafiteiro Gil Leros.
Três olhares, uma cidade: conheça artistas que transformam São Luís em arte
Seja em muros, telas ou na fotografia, São Luís respira arte em cada canto. A cidade, que desperta olhares por suas ruas, casarões e praças, também leva artistas a transformar a capital maranhense em protagonista de suas obras, traduzindo a riqueza cultural da Ilha do Amor a partir de diferentes olhares.
No aniversário de 413 anos da cidade, que se comemora nesta segunda-feira (8), o DE conversou com três artistas que têm São Luís como inspiração e transformam a cidade em arte.
ALAN RODRIGUES E A POESIA ATRAVÉS DA FOTOGRAFIA
Foi durante o isolamento que o fotógrafo Alan Rodrigues começou a perceber detalhes da cidade. Fotógrafo e apaixonado pela cidade onde nasceu e cresceu, Alan Rodrigues, de 30 anos, encontrou na fotografia uma forma de observar São Luís com um novo olhar.
A pandemia, segundo ele, foi o ponto de virada. Durante o isolamento, o artista começou a perceber detalhes da cidade que antes passavam despercebidos e decidiu registrá-los.
Segundo Alan, foi a partir desse momento que o cotidiano da capital se tornou sua inspiração. Hoje, o fotografo conta que passa horas registrando o Centro Histórico, os casarões, as garças e os pores do sol, sempre buscando mostrar a interação das pessoas com a cidade.
Alan Rodrigues conta que se surpreende com o alcance das suas imagens. Segundo ele, suas fotos têm o poder de conectar pessoas com a cidade, mesmo à distância.
IARA OLIVEIRA E A ARTE ETERNIZADA NA PELE
A artista visual e tatuadora, Iara Oliveira, descobriu cedo que a arte seria seu caminho. De Chapadinha para São Luís, a artista visual e tatuadora, Iara Oliveira, descobriu cedo que a arte seria seu
caminho. Ela conta que se mudou para a capital aos 10 anos e, desde adolescente, mergulhou no universo da tatuagem. Aos 16 anos, ainda antes da maioridade, decidiu transformar sua paixão em profissão.
Foi também durante a pandemia que a artista redescobriu outras vertentes artísticas e começou a explorar pintura em telas, aquarela, acrílica, ilustração digital e artesanato em cerâmica fria.
Segundo ela, esse período foi decisivo para que começasse a incorporar elementos da cultura local em suas criações, entrando em um processo de descolonização estética, ou seja, rompendo com padrões estéticos impostos pela colonização.
Entre os elementos que mais gosta de retratar estão os Cazumbás, casarões históricos, barcos, guarás e cenas do centro histórico.
GIL LEROS E A ARTE URBANA COMO FORMA DE DAR VOZ À CIDADE
Para o grafiteiro Gil Leros, de 40 anos, São Luís se tornou uma tela viva que carrega cultura e história. Nascido em Tucuruí (PA), ele chegou à capital maranhense ainda adolescente e encontrou na Ilha do Amor o espaço ideal para desenvolver sua arte.
A cidade, segundo Gil, se apresenta a cada esquina como uma oportunidade de intervenção artística, um convite para transformar o urbano em expressão cultural. O grafite, para ele, é uma forma de humanizar a cidade e dar voz à juventude.
Suas obras carregam memórias e referências culturais, do bumba meu boi ao tambor de crioula, passando pelo cacuriá e símbolos dos terreiros da cidade.
Para grafiteiro, cada intervenção é também uma oportunidade de transformar a percepção da cidade.
Apesar do reconhecimento, ele ressalta que ainda existe uma carência de políticas públicas voltadas para a valorização da arte urbana.