Três em cada quatro pilotos de avião admitem ter caído no sono durante voo

Três em cada quatro pilotos de avião admitiram ter caído no sono durante voo, diz estudo

Relatório divulgado pela Associação Europeia de Pilotos (ECA, sigla para European Cockpit Association) revelou deficiências de gestão de segurança por segundos de sono durante o voo. De acordo com o levantamento, três em cada quatro pilotos admitiram ter caído no sono recentemente ao menos uma vez por alguns segundos enquanto voavam.

A pesquisa foi feita com 6.900 pilotos de avião de 31 países europeus, entre 1 e 22 de julho, e revela que 75,9% dos entrevistados admitem ter caído no sono durante a condução de um voo. De acordo com a ECA, não se sabe qual a fase do voo em que estes eventos estão ocorrendo.

“Qualquer um que ocorra durante a descida, aproximação e pouso está associado ao aumento do voo risco de segurança. Como tal, esses eventos devem ser comunicados ao operador utilizando o relatório de fadiga”, indica o relatório.

À Deutsche Welle, Vivianne Rehaag, especialista em segurança do sindicato alemão de pilotos Vereinigung Cockpit (VC), afirma que esses episódios de sono dos pilotos não são levados à sério. A Vereinigung Cockpit (VC) e a European Cockpit Association (ECA) cobram maior supervisão das autoridades especialmente no Reino Unido, na Irlanda, em Malta e na Espanha, países cujas companhias tiveram o pior desempenho na pesquisa. Suíça, Holanda e Áustria pontuaram melhor no estudo.

Somente 11% dos pilotos que participaram da pesquisa indicaram mudanças por parte das companhias aéreas para melhorar a segurança dos voos após eles relatarem cansaço. A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) já havia alertado no final de junho para o risco elevado de cansaço entre tripulantes no período do verão europeu, quando é alta temporada, e pedido às companhias aéreas que evitassem estender os turnos de trabalho dos pilotos.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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