Três vereadores são indiciados suspeitos de desviarem R$ 250 mil dos cofres do município de Goiatuba

Após seis meses de investigação, a Polícia Civil de Goiás, através da Delegacia de Polícia (DP) de Goiatuba, indiciou três vereadores do municípios por supostamente terem feito desvio de dinheiro público. Eles foram indiciados por vários atos de peculato.

De forma ordenada, a investigação policial apurou, entre os anos de 2017 a 2020, período que foi desviado cerca de R$ 250 mil da Câmara dos Vereadores de Goiatuba, por meio de um funcionário indicado pelo vereador. Parte do valor teria sido utilizado para o pagamento da cirurgia cesárea do filho de um dos vereadores, enquanto a outra para a compra de um imóvel no município. Também foi depositado um montante na conta dos amigos de um dos vereadores e o resto foi sacado na boca de caixa por servidores que trabalhavam para o indiciado. 

A ação era realizada através da indicação de particulares para trabalharem na Câmara dos Vereadores de Goiatuba. Esses indicados ocupavam cargos em comissão do primeiro, segundo e terceiro escalão. Porém, foi constatado pela Polícia Civil, que eles não realizavam as atividades remuneradas e que seus proventos eram destinados, parcial ou integralmente para o vereador que o indicou para o cargo.

Juntando os valores dos outros funcionários indicados pelo vereador investigado, que não realizam a função nomeada, a quantia chega a R$ 450 mil.

Os desvio das verbas foram possíveis porque houve aceitação de outros dois vereadores que exerciam funções de controle e chefia dentro da Casa Legislativa, motivo para que eles também sejam responsabilizados pelos crimes citados.

Além dos três vereadores, também foram indiciados cinco particulares envolvidos na ação, pela prática de peculato, cuja pena pode passar de 12 anos de prisão. O inquérito policial foi concluído hoje, 30, e será enviado ao Poder Judiciário para as providências processuais cabíveis.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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