Triângulo Mineiro é epicentro de dengue em Minas Gerais: quase 80% das mortes ocorrem na região

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Quase 80% das mortes por dengue em Minas ocorrem no Triângulo

A região também concentra quase metade dos casos confirmados da doença em todo o
estado. Uberlândia e Uberaba, que decretaram situação de emergência, registram o
maior número de vítimas da doença.

Maioria das cidades do Triângulo Mineiro está com incidência alta ou
muito alta de dengue. O Triângulo Mineiro se tornou o epicentro do surto de dengue em Minas Gerais,
concentrando 77,4% das mortes e quase metade dos casos confirmados no estado até
o momento.

Segundo dados do Painel Epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde
(SES-MG), até a última sexta-feira (4), Minas Gerais registrou 39.404 casos
confirmados de dengue. Desses, 49% (19.199) foram notificados em cidades do
Triângulo.

Além disso, das 31 mortes confirmadas até a data, 24 ocorreram em municípios das
macrorregiões de saúde Triângulo do Norte e Triângulo do Sul. A maioria dessas
cidades apresenta taxa de incidência de dengue considerada alta ou muito alta.

Nas últimas semanas, as prefeituras de Diário do Estado e Uberaba, as duas maiores
cidades da região, decretaram situação de emergência em saúde pública devido ao
aumento expressivo no número de casos de dengue. Os municípios enfrentam o maior
número de vítimas da doença. Para efeito de comparação, em Belo Horizonte, a
capital do estado, ainda não foi confirmada nenhuma morte por dengue neste ano.

Confira as cidades onde foram registradas mortes por dengue nos primeiros meses
do ano:

– Uberaba (8)
– Uberlândia (8)
– Frutal (2)
– Itapagipe (1)
– Ituiutaba (1)
– Iturama (2)
– Limeira do Oeste (1)
– União de Minas (1)

Entenda, abaixo, o que é a doença, quais os sintomas, como prevenir, vacinas
disponíveis e sinais de alerta.

O QUE É A DENGUE?

A dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses. O vírus é
transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro
sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 — todos podem causar as
diferentes formas da doença.

Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas
mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão
arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que
podem levar à morte.

Uma pessoa pode ter dengue até quatro vezes ao longo de sua vida. Isso ocorre
porque ela pode ser infectada com aos quatro diferentes sorotipos do vírus. Uma
vez exposta a um determinado sorotipo, após a remissão da doença, ela passa a
ter imunidade para aquele sorotipo específico.

PRINCIPAIS SINTOMAS

Nem sempre a infecção apresenta sintomas. O indivíduo pode ter uma dengue
assintomática ou ter um quadro leve.

Mas é preciso ficar atento se a pessoa tiver febre alta (39ºC a 40ºC), de início
repentino, acompanhada por pelo menos outros dois sintomas:

– Dor de cabeça intensa
– Dor atrás dos olhos
– Dores musculares e articulares
– Náusea e vômito
– Manchas vermelhas no corpo

O Ministério alerta que é importante procurar um serviço de saúde para
diagnóstico e tratamento adequados ao apresentar possíveis sintomas de dengue.

“A maioria das pessoas tem a forma clássica da doença. Uma pequena porcentagem
é que tem a forma grave, que pode levar à dengue hemorrágica”, explica a
infectologista Rosana Richtmann.

A forma grave é a que preocupa. Após o período febril, o indivíduo deve ficar
atento aos sinais de alarme:

– Dor abdominal intensa e contínua
– Vômitos persistentes
– Acúmulo de líquidos em cavidades corporais
– Sangramento de mucosa
– Hemorragias

TRATAMENTO E DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da dengue é basicamente clínico — não existe a necessidade de
realização de exames específicos. Também não existe um medicamento específico
para doença. A dengue, na maioria dos casos leves, tem cura espontânea depois de
10 dias.

Para os casos leves com quadro sintomático recomenda-se:

– Repouso relativo, enquanto durar a febre;
– Estímulo à ingestão de líquidos;
– Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre;
– Não administração de ácido acetilsalicílico;
– Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde,
em caso de sinais de alarme.

“Os pacientes que apresentam sinais de alarme ou quadros graves da doença
requerem internação para o manejo clínico adequado”, alerta o Ministério da
Saúde.

Mosquito Aedes aegypti é responsável por transmitir a dengue.

OS CUIDADOS CONTRA A DENGUE

Evite qualquer reservatório de água parada sem proteção em casa. O mosquito pode
usar como criadouros grandes espaços, como caixas d’água e piscinas abertas, até
pequenos objetos, como tampas de garrafa e vasos de planta.

Coloque areia no prato das plantas ou troque a água uma vez por semana. Mas não
basta esvaziar o recipiente. É preciso esfregá-lo, para retirar os ovos do
mosquito depositados na superfície da parede interna, pouco acima do nível da
água. Isso vale para qualquer recipiente com água.

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