Tribo de ‘Homens-peixe’ corre o risco de deixar de existir

A tribo Badjao é conhecida como “homens-peixe” por conseguirem ficar longos períodos debaixo d’água. Os membros da tribo conseguem prender a respiração no mar por até incríveis 13 minutos. Mas esta tribo, que passou por uma mutação genética, está correndo risco de desaparecer por causa da poluição no mar.

Os Badjao vivem em palafitas na província de Tawi Tawi, nas Filipinas. Ao longo dos anos, este povo conseguiu aperfeiçoar a técnica de mergulho livre e adquiriu habilidades incríveis ao longo de inúmeras gerações. Alguns membros passam cerca de cinco horas por dia debaixo d’água, caçando.

 Santarawi Lalisan, de 85 anos, contou que as crianças Badjao aprendem a mergulhar praticamente desde o nascimento, antes mesmo de andar.

Pesquisadores explicam que os Badjao conseguem prender a respiração por muito mais tempo do que a média dos humanos. Seu sangue retém mais oxigênio, como resultado de uma mutação única no baço, que torna o órgão maior, que funciona como um “tanque de mergulho biológico”.

Mas a incrível habilidade pode estar com os dias contados. Muitos Badjao estão sendo influenciados pelo progresso em países vizinhos e, com isso, vão perdendo a capacidade de ficar muito tempo debaixo d’água. Os mais idosos tentam manter a tradição milenar, mas os jovens gostam de fazer compras nos supermercados e conhecer as novidades tecnológicas.

“Chegou aqui muito plástico porque hoje os Badjao vão ao supermercado e aqui usam plástico e não mais papel. Antigamente os Badjao só usavam papel na hora de comprar alguma coisa”, reclamou Santarawi, de acordo com o “Daily Star”.

Com menos prática, diminui o tempo em que muitos Badjao conseguem ficar sem respirar debaixo d’água. A tradição milenar é mantida pelos mais velhos. São os que resistem à “extinção” se apegando aos velhos hábitos, praticando pesca submarina em maratonas de mergulho e usando óculos de natação de madeira feitos em casa que usam vidro de garrafas quebradas como lentes. Os Badjao também retiram do mar matéria prima para produzir peças de artesanato.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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