A ocorrência mais frequente de ameaças de violência, inclusive de massacres, em escolas tem assustado a população e preocupado as autoridades. Estatísticas nacionais apontam que ocorreram cerca de oito ataques em escolas com armas de fogo cometidos por alunos ou ex-alunos, nos últimos dez anos, sendo um deles o do Colégio Goyases, em Goiânia, em 2017.
Um evento voltado para promover a comunicação não violenta dentro das escolas começa a ser realizado nesta quarta-feira, 21. O 1º Seminário de Enfrentamento e Prevenção à Violência no Contexto Educacional deve repercutir os bons resultados do Projeto Pilares, lançado há quatro anos pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), como ter evitado um ataque na cidade de Luziânia em 2019.
Um aluno do 3º ano do ensino médio, que tinha comportamento extremamente agressivo e problemático no ambiente escolar, encabeçou grupo que ameaçou um professor de morte e ainda prometeu realizar um massacre na instituição. Uma das estratégias utilizar para tentar contornar a situação foi um círculo de paz.
Por meio de conversas entre os jovens, os responsáveis e o corpo diretivo do Colégio Estadual Mingone, descobriu-se que o líder do grupo sofria com um trauma de abuso sexual praticado por um parente quando tinha apenas sete anos e os outros adolescentes, também envolvidos no conflito, sofriam de forte depressão, pois eram vítimas de violência ou negligência dentro da própria casa.
Estudos científicos internacionais feitos com base na análise do perfil de dezenas de atiradores no mundo trazem conclusões intrigantes: na maioria dos casos, não havia sinal de psicopatia nos atiradores, o que leva os pesquisadores a acreditarem que experiências de vida, como traumas, abusos ou outros fatores sociais, possam desenvolver um comportamento agressivo em uma pessoa sem sinais de doença mental.
Há cinco anos, a escola particular de ensino infantil e fundamental Goyazes foi palco de um massacre quando um aluno de 14 anos atirou contra colegas dentro de uma sala de aula, matou dois meninos de 12 e 13 anos e feriu outros quatro, antes de ser impedido por alunos e professores quando tentava recarregar a arma. Filho de policiais militares ele usou uma pistola da mãe para cometer o crime e alegou que foi motivado por ser vítima de bullying de colegas.
Serviço:
1º Seminário de Enfrentamento e Prevenção à Violência no Contexto Educacional
Data e Horário: Quarta-feira, 21, a partir das 8 horas
Local: Auditório do Plenário do TJGO