Justiça nega recurso e mantém ordem de prisão a médicos condenados no Caso Kalume
Três médicos foram condenados pelo caso esquema de tráfico de órgãos em Taubaté (SP). Entre os condenados, um médico morreu e os outros dois seguem com ordem de prisão.
Mariano Fiore Júnior e Rui Noronha, médicos condenados no caso Kalume. O Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou recurso da defesa e decidiu manter a ordem de prisão contra os médicos Mariano Fiore Júnior e Rui Noronha, condenados pelo caso que ficou nacionalmente conhecido como ‘Kalume’.
Três médicos foram condenados pelo caso esquema de tráfico de órgãos em Taubaté, no século passado. Dentre eles, um médico morreu em 2024 e os outros dois seguem com ordem de prisão – leia mais detalhes abaixo.
Depois de ter habeas corpus negado, a defesa dos médicos recorreu da decisão. O recurso foi negado pela 6ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de SP no fim de janeiro e o acórdão foi publicado nesta segunda-feira (3).
“Os argumentos não têm o condão de alterar o panorama já delineado”, argumentou o relator Eduardo Abdalla. Essa não foi a primeira vez que a defesa dos médicos Mariano Fiore Júnior e Rui Noronha tentou revogar a ordem de prisão imediata contra eles.
Em 1987, em Taubaté, cidade localizada a 130 km da capital paulista, o médico Roosevelt Kalume foi o responsável por revelar o suposto esquema de tráfico de órgãos no antigo Hospital Santa Isabel, onde hoje funciona o Hospital Regional de Taubaté.
Ao todo, três médicos estão envolvidos no esquema: Pedro Henrique Masjuan Torrecillas (morreu em 2024), Mariano Fiore Júnior e Rui Noronha Sacramento. O caso Kalume foi à júri popular em outubro de 2011 e resultou na condenação dos três médicos a 17 anos de prisão. Eles foram condenados por homicídios dolosos a quatro pacientes.
O caso ficou conhecido nacionalmente e a imprensa batizou de caso Kalume, em referência ao sobrenome do médico que denunciou o caso para as autoridades. A investigação durou 10 anos e a Polícia Civil de Taubaté concluiu o inquérito responsabilizando quatro médicos pelas mortes de quatro pacientes.