Este é o mais recente capítulo de uma batalha judicial que ameaça a independência do Fed. Pela primeira vez desde a sua criação em 1913, um presidente tenta remover um diretor do cargo. A decisão do tribunal permite que Lisa Cook participe normalmente da reunião de política monetária do Fed nesta terça (16) e quarta-feira (17), onde se espera um corte nas taxas de juros devido à desaceleração do mercado de trabalho. O Tribunal de Apelações rejeitou o pedido do Departamento de Justiça para suspender temporariamente a ordem judicial que impedia Trump de remover Cook, indicada por Biden. A juíza distrital Jia Cobb decidiu que as alegações de fraude hipotecária contra Cook não são suficientes para a sua remoção, conforme a legislação que criou o Fed. A lei estabelece que os diretores só podem ser demitidos por um presidente ‘por justa causa’, um termo que nunca foi definido claramente e nunca foi testado nos tribunais. Cook, primeira mulher negra a ocupar um cargo de governadora no Fed, processou Trump e o banco central, alegando que as acusações não lhe dão autoridade para removê-la e seriam uma desculpa para demiti-la por suas posições em política monetária. A administração Trump defendeu que o presidente tem total liberdade para decidir sobre a remoção de um diretor do Fed, e os tribunais não têm poder para revisar tais decisões. Este caso tem implicações significativas para a capacidade do Fed de definir políticas sem interferência política, algo crucial para o funcionamento independente de qualquer banco central. No decorrer do ano, Trump pressionou o Fed por cortes agressivos nas taxas de juros, criticando Jerome Powell por sua conduta na política monetária. O Fed, focado no combate à inflação, manteve-se firme contra essas demandas, mas é esperado que faça um corte nesta semana.