Troca de bebês em hospital: mãe relata orientação para não denunciar. Hospital se cala. Investigação em andamento.

Funcionário de hospital em que houve troca de bebês orientou a não denunciar caso, diz mãe

Unidade de Saúde informou que não se pronunciará sobre o caso. Polícia Civil segue com investigação ‘para esclarecer a dinâmica do fato e sua autoria’.

Emocionada, Yasmin Késsia conta sobre a descoberta que o filho não era nem dela e nem do ex-marido — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

A mãe de um dos bebês que foram trocados em Inhumas, Região Metropolitana de Goiânia, revelou que um funcionário do Hospital da Mulher orientou que não denunciasse o caso para que não tivesse o filho tomado dela. Segundo a recepcionista Yasmin Késsia da Silva, o diálogo aconteceu quando ela procurou o hospital para comunicar sobre o resultado do teste de DNA da criança de 3 anos, que deu negativo tanto para ela quanto para o ex-marido Cláudio Alves.

> “Um dos responsáveis do hospital falou assim: ‘Olha, nesses casos, acontece a troca’. Eu muito desesperada disse: ‘Não, eu não quero que tire o meu filho de mim’. Ele falou: ‘Neste caso, já que a senhora não quer que tome o seu filho de você, o ideal a se fazer é realmente levar para debaixo do pano, não comunicar a outra família e conviver com esta situação’”, contou Yasmin Késsia.

Ao DE, o Hospital da Mulher, por meio de nota, informou que “não irá se pronunciar até que as investigações sejam concluídas (veja nota na íntegra ao final do texto).

A troca das duas crianças veio à tona três anos após os nascimentos. Em uma foto registrada pela equipe médica, o filho biológico de Yasmin aparece com uma pulseira de identificação no braço esquerdo. O registro foi realizado antes do bebê ser levado ao quarto, segundo o advogado de Yasmin, Italo Camargo.

Yasmin Késsia deu à luz no mesmo dia que Isamara Cristina Mendanha, mãe do outro bebê. Os partos ocorreram em 15 de outubro de 2021, com cesarianas simultâneas realizadas por equipes médicas diferentes. Conforme os registros, um bebê nasceu às 7h35 e o outro, às 7h49.

A recepcionista apenas recorda que passou muito mal durante o parto e não se lembra do que aconteceu na sala de recuperação.

> “Eu acordei e o bebê já estava do meu lado, minha mãe estava dentro do quarto. Eu me lembro de relances”, ressaltou Yasmin Késsia.

Na época, de acordo com as famílias, devido às restrições da pandemia de Covid-19, os pais dos bebês não puderam acompanhar os nascimentos. Ambas relataram ter visto os filhos apenas após o efeito da anestesia.

A Polícia Civil de Goiás (PC-GO), por enquanto, ressaltou que ouviu os envolvidos e “o inquérito policial prossegue com diligências em andamento para esclarecer a dinâmica do fato e sua autoria”. Neste domingo (8), a assesoria de imprensa da PC-GO foi procurada pelo De, mas informou que não há novas atualizações da investigação.

Nestes casos, após conclusão do inquérito, caberá a Justiça decidir o futuro das crianças, mas as famílias admitiram estar divididas.

> “Esse erro mexeu com o destino das nossas vidas. Eu realmente não conhecia ninguém da outra família. Então, é um choque muito grande. Estamos sem chão e não sei como a gente vai fazer de agora para frente”, lamentou Cláudio Alves.

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Estudo revela a magnitude da pandemia de covid-19 no Brasil

Um estudo apresentado pelo Ministério da Saúde, em Brasília, apontou que mais de 28% da população brasileira, o equivalente a 60 milhões de pessoas, afirmou ter sido infectada pelo novo coronavírus. A pesquisa denominada ‘Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de covid-19 no Brasil’ é o maior estudo de base populacional sobre a doença no país.

O levantamento revelou uma exposição substancial ao vírus, com altas taxas de infecção entre os brasileiros. Os resultados apontam para a urgência de medidas eficazes de controle e prevenção da disseminação do vírus no país.

A pesquisa foi realizada em 133 cidades do Brasil e contou com a participação de mais de 33 mil pessoas, com testes de covid-19 sendo realizados em laboratórios especializados. Os dados obtidos são fundamentais para embasar políticas públicas voltadas para o enfrentamento da pandemia.

Além disso, o estudo destacou a importância da ampla testagem da população como estratégia fundamental para o controle da propagação do vírus, identificando assintomáticos e medidas de isolamento mais eficazes.

Os resultados apontam para a gravidade da situação da pandemia no país e reforçam a necessidade de uma resposta coordenada e robusta por parte das autoridades de saúde. A conscientização da população sobre a gravidade da covid-19 e a adesão às medidas de prevenção são fundamentais para conter o avanço da doença no país.

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