A Assembleia de Deus, as vozes majoritárias, não vai explicitar publicamente sua insatisfação com João Campos. Eles dizem, basicamente em “off”, com a permissão de publicação, desde que a fonte não seja mencionada, que João Campos, ao migrar para a campanha de Daniel Vilela, contribuiu para impedir que o emedebista apoiasse a candidatura de Ronaldo Caiado já no primeiro turno
João Campos pertence à Assembleia de Deus, uma das mais conceituadas do país. Os principais líderes da Igreja em Goiás, como o respeitável bispo Oídes José do Carmo, trabalharam para que o parlamentar filiado ao PRB apoiasse a candidatura de Ronaldo Caiado (DEM) para governador. Chegaram a sugerir que o deputado federal disputasse mandato de senador ou aceitasse a vice do presidente do partido Democratas.
Mas, assim que o senador fechou sua chapa majoritária, com Lincoln Tejota (Pros) na vice e Jorge Kajuru (PRP) e Wilder Morais (DEM) como candidatos a senador, a cúpula da Assembleia de Deus, numa reunião em Trindade, decidiu liberar João Campos para apoiar “quem quisesse”, e sem receber vetos da Igreja. Esperava-se, naquele encontro, que João Campos, atendendo os filiados do PRB, se integrasse à base de apoio do governador José Eliton (PSDB). O que não fortaleceria o deputado federal Daniel Vilela, candidato a governador pelo MDB. Entretanto, contrariando as principais lideranças do PRB em Goiás, possivelmente para sugerir que “manda”, João Campos levou o partido para apoiar o candidato a governador pelo MDB, Daniel Vilela. Mas o partido não conseguiu bancar um candidato a senador nem o vice.
Com o quadro das candidaturas fechado, com a formatação das chapas, inclusive para deputado federal, surge um novo conflito. A Assembleia de Deus, as vozes majoritárias, não vai explicitar publicamente sua insatisfação com João Campos. Eles dizem, basicamente em “off”, com a permissão de publicação, desde que a fonte não seja mencionada, que João Campos, ao migrar para a campanha de Daniel Vilela, contribuiu para impedir que o emedebista apoiasse a candidatura de Ronaldo Caiado já no primeiro turno. O deputado teria contribuído, ao lado do ministro Alexandre Baldy, para robustecer a musculatura de Daniel Vilela e, indiretamente, enfraquecer a musculatura de Ronaldo Caiado. Os líderes e o segundo escalão da Assembleia de Deus não chamam João Campos de “Judas”. Mas admitem que estão insatisfeitos com o deputado. Tanto que vão reforçar a campanha de Glaustin Fokus, do PSC, para deputado federal.