Trump anuncia tarifas recíprocas para países que taxam os EUA

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira, 13, planos para implementar tarifas recíprocas abrangentes contra todos os países que impõem impostos sobre importações dos EUA. Essa medida não entrará em vigor imediatamente, permitindo que os países afetados negociem novos termos comerciais com os EUA. A equipe comercial de Trump estuda as relações tarifárias e comerciais bilaterais, com estudos previstos para serem concluídos até 1º de abril.

Trump destacou que as tarifas recíprocas foram uma das principais promessas de sua campanha, visando equilibrar a balança comercial com nações estrangeiras que colocam impostos sobre produtos americanos. Ele enfatizou que os preços ao consumidor podem subir no curto prazo como resultado das mudanças. Em uma publicação nas redes sociais, Trump afirmou que cobrará a tarifa recíproca “por fins de Justiça”, garantindo que os EUA cobrarão dos outros países o mesmo que eles cobram dos EUA.

Na segunda-feira, 10 de fevereiro, Trump assinou um decreto que impõe tarifas de 25% para todas as importações de aço e alumínio para os EUA a partir de 12 de março. Essa medida foi criticada por México, Canadá e União Europeia, enquanto Japão e Austrália buscam isenções das taxas. A União Europeia prepara medidas contra produtos americanos, como Bourbon, jeans e motocicletas, em resposta às tarifas ao aço e alumínio.

Trump também mencionou que a política de tarifas recíprocas visa corrigir desequilíbrios de longa data no comércio internacional e garantir justiça em todos os aspectos. Ele citou o exemplo do etanol brasileiro, onde o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA, enquanto os EUA cobram apenas 2,5%. Em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, mas exportaram apenas US$ 52 milhões para o país.

A União Europeia pode exportar mariscos aos EUA, mas proíbe exportações de mariscos de 48 estados americanos. Além disso, a UE impõe uma tarifa de 10% sobre carros importados, enquanto os EUA cobram apenas 2,5%. Trump prometeu o anúncio de tarifas recíprocas ao longo da semana e estudará taxas separadas para carros, semicondutores e produtos farmacêuticos.

Anteriormente, Trump fixou tarifas de 25% para todos os produtos do México e Canadá no início do mês, mas essas taxas foram suspensas por 30 dias após acordos firmados entre as partes. Ele também elevou as tarifas cobradas da China em mais 10%, o que levou a uma retaliação chinesa com novas taxas de 10% a 15% para produtos americanos.

A chefe da UE, Ursula von der Leyen, afirmou que “tarifas injustificadas sobre a UE não ficarão sem resposta; elas desencadearão contramedidas firmes e proporcionais”. Trump justificou a aplicação de tarifas como uma forma de lidar com déficits comerciais e problemas nas fronteiras, como a travessia de migrantes sem documentos e o tráfico de fentanil.

Essas medidas podem gerar mais inflação nos EUA e dificultar o controle dos preços pelo Fed, mantendo os juros elevados no país. No Brasil, a fuga de capital e a valorização da moeda americana podem levar o Banco Central a elevar a taxa Selic, impactando negativamente a atividade econômica brasileira.

 

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