Trump anuncia tarifas sobre aço e alumínio do Brasil e do mundo, e economia americana pode ser afetada

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu a imposição de tarifas de 25% sobre aço e alumínio importados, com a medida programada para entrar em vigor no próximo dia 12 de março. Em um discurso sobre sua decisão, Trump ressaltou que “a nossa nação precisa que aço e alumínio sejam produzidos nos Estados Unidos, não em terras estrangeiras”. A nova política impacta diretamente o Brasil, que é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, atrás apenas do Canadá.

A ação faz parte das promessas de campanha de Trump, que busca “tornar a América grande novamente”. Com isso, o republicano pretende aumentar as tarifas de diversos produtos importados, visando proteger as empresas americanas da concorrência estrangeira. Após menos de um mês de governo, Trump já havia imposto tarifas de 10% sobre as importações da China e também anunciou tarifas contra o Canadá e o México, que foram suspensas temporariamente para negociações.

Embora a medida tenha como objetivo fortalecer as indústrias americanas, economistas e políticos questionam os efeitos negativos sobre a economia dos EUA. A preocupação é que a imposição de tarifas sobre produtos essenciais, como o aço e o alumínio, possa gerar inflação, uma vez que o custo adicional será repassado ao consumidor americano, que terá que pagar mais pelos produtos.

Se as empresas decidirem absorver o custo das tarifas, poderão enfrentar lucros menores e, em alguns casos, cortar outros custos ou até mesmo empregos. Outra possibilidade é que os exportadores estrangeiros reduzam seus preços para compensar o impacto das tarifas e manter os clientes americanos. No entanto, a realidade é que os EUA dependem fortemente do aço e do alumínio importados, principalmente do Brasil, Canadá e México.

Estudos apontam que a indústria siderúrgica americana não tem capacidade suficiente para suprir toda a demanda interna de aço e alumínio, o que significa que as tarifas provavelmente resultarão em aumento de preços. De acordo com dados do Instituto Americano de Ferro e Aço, os EUA importam quase 25% do aço que consomem, e sua dependência do alumínio estrangeiro é ainda maior.

Entidades como o Cato Institute, um think tank libertário, alertam para as perdas econômicas que as tarifas podem causar. O instituto estima que as tarifas possam gerar custos adicionais de US$ 4,57 bilhões e a perda de até 75 mil empregos, além de beneficiar as siderúrgicas americanas com o aumento nos preços do aço e alumínio.

A Tax Foundation, outra entidade de pesquisa, compartilha preocupações semelhantes, destacando que tarifas podem reduzir o PIB dos EUA em até 0,2% no longo prazo e resultar na perda de 142 mil postos de trabalho. Estudos realizados sobre tarifas anteriores, como as impostas por Trump em 2018, mostraram que os consumidores acabam pagando mais, enquanto a arrecadação fiscal não compensa os custos.

Por outro lado, há grupos que defendem as tarifas, como a Coalizão para uma América Próspera (CPA), que afirma que a medida é essencial para restaurar a estabilidade da indústria americana e garantir que o setor não seja prejudicado pelo aumento das importações. A CPA critica o México por não cumprir um acordo de 2019 sobre os níveis de exportação de aço e alumínio para os EUA, argumentando que o país tem inundado o mercado com produtos acima do limite permitido.

Enquanto isso, o Brasil ainda não se pronunciou oficialmente sobre como reagirá às tarifas. Vale destacar que o Brasil também adota políticas protecionistas, tendo elevado as tarifas sobre o aço importado em outubro de 2024. Outros países, como China, União Europeia e Canadá, já anunciaram retaliações, enquanto o Reino Unido optou por não retaliar no momento, por entender que as tarifas afetam mais os consumidores locais do que o país-alvo da medida.

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