Trump diz que tem “direito absoluto” de compartilhar informações com a Rússia

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (16) que tem o “direito absoluto” de compartilhar informação com a Rússia porque quer que Moscou “intensifique sua luta” contra o Estado Islâmico (EI) e o terrorismo. A infromação é da Agência EFE.

Trump respondeu em sua conta no Twitter ao jornal The Washington Post, segundo o qual o governante revelou recentemente informações secretas sobre o EI ao ministro russo de Relações Exteriores, Sergey Lavrov, o que foi desmentido pela Casa Branca.

“Como presidente, queria compartilhar com a Rússia (em uma reunião programada oficialmente na Casa Branca), o que tenho o direito absoluto de fazer, fatos relacionados com o terrorismo e a segurança de voo das linhas aéreas”, escreveu Trump.

“Quero que a Rússia intensifique sua luta contra EI e o terrorismo”, acrescentou ao explicar os motivos.

Segundo o jornal, Trump proporcionou a Lavrov informações relacionadas com a possibilidade de os jihadistas utilizarem laptops para fazer algum tipo de ataque terrorista em voos comerciais, afirmações às quais assessor de segurança nacional da Casa Branca, o tenente-general H.R. McMaster não fez referência.

Esta informação foi facilitada por um país aliado dos EUA e seu conteúdo é tão secreto que nem sequer outros parceiros receberam esse tipo de dado, segundo as fontes citadas pelo jornal.

Pouco depois da publicação, a Casa Branca chamou de “falsa” a informação do The Washington Post.

“O artigo é falso”, apontou em um breve comparecimento McMaster, afirmando que Trump não revelou “fontes, métodos ou operações militares” a Lavrov.

“Eu estava lá, não ocorreu”, insistiu McMaster, que no entanto admitiu que Trump e Lavrov falaram sobre um “leque de ameaças comuns” incluindo “ameaças à aviação comercial.”

Também participou do encontro entre Trump e Lavrov feito na quarta-feira (9) o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, que, na mesma linha que McMaster, negou ambos tenham conversado sobre “fontes, métodos ou operações militares”.

Nem McMaster e nem Tillerson negaram que Trump revelou informação secreta a Lavrov em suas reações ao artigo.

Fonte: Agência Brasil

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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