Trump enfrenta nova tentativa de assassinato em campo de golfe na Flórida

O ex-presidente Donald Trump enfrentou uma aparente tentativa de assassinato no domingo, 15, na Flórida, segundo informações do FBI. Enquanto desfrutava de uma partida de golfe perto de sua mansão em Mar-a-Lago, o republicano foi rapidamente retirado do local por agentes do Serviço Secreto. A ação se deu após os agentes abrirem fogo contra um homem armado que, de acordo com autoridades, estava a cerca de 400 metros do magnata. A campanha de Trump e as forças de segurança confirmaram que o ex-presidente está “são e salvo”.
 
O incidente ocorre apenas dois meses após Donald Trump ser retirado às pressas do palco durante um comício na Pensilvânia, quando tiros foram ouvidos. Na ocasião, testemunhas relataram que o atirador estava posicionado no telhado do local. Trump foi atingido por uma bala na orelha.
Segundo informações, o republicano aproveitava um dia de descanso da campanha presidencial jogando golfe. O Serviço Secreto confirmou que um ou mais agentes “abriram fogo contra um homem armado” próximo aos limites do campo de golfe Trump International, em West Palm Beach. Próximo ao local onde Trump se encontrava, os agentes encontraram um rifle AK-47 com mira telescópica, duas mochilas e uma câmera GoPro.
 
O FBI classificou o caso como uma “aparente tentativa de homicídio” contra Trump. O incidente evoca a recente tentativa de assassinato contra o ex-presidente (2017-2021) em 13 de julho, enquanto discursava em um comício ao ar livre em Butler, Pensilvânia. Na ocasião, o candidato republicano sofreu um ferimento na orelha por um disparo de fuzil, e um apoiador perdeu a vida.
 
“O presidente Trump está são e salvo após os disparos ocorridos nas proximidades”, afirmou Steven Cheung, diretor de campanha do magnata, em comunicado. O próprio Trump, em mensagem para arrecadar fundos para a campanha, declarou: “Não tenham medo! Estão são e salvo e ninguém foi ferido. Graças a Deus! Mas, há pessoas neste mundo que farão o que for preciso para nos impedir”.
 
Em uma primeira reação, também por e-mail para doadores republicanos, o presidente afirmou estar “seguro e bem!”, complementando: “Nada vai me impedir (…). Eu nunca vou me render”.

Atirador

A imprensa americana identificou o atirador deste domingo como Ryan Wesley Routh, um construtor autônomo de moradias de 58 anos do Havaí, com um extenso histórico de detenções e crítico de Trump nas redes sociais.
O suspeito tentou fugir em um carro preto, mas uma testemunha auxiliou a polícia na identificação do veículo, levando à sua detenção. De acordo com o xerife William D. Snyder, do Condado de Martin, Flórida, Routh “não demonstrava muitas emoções” e não estava armado quando foi retirado de seu veículo.
 
“Temos no momento alguém sob custódia que é um possível suspeito”, informou o xerife do condado de Palm Beach, Ric Bradshaw, em coletiva de imprensa. As autoridades presentes na coletiva de imprensa não confirmaram se o agressor chegou a disparar na direção do ex-presidente, mas confirmaram o confronto entre os agentes do Serviço Secreto e o suspeito. “Não estamos certos neste momento se o indivíduo conseguiu disparar contra nossos agentes”, disse Rafael Barros, do FBI. 
O FBI afirmou estar “investigando o que parece ser uma tentativa de assassinato do ex-presidente Trump”. Um agente do Serviço Secreto, responsável por vigiar o campo de golfe durante a partida de Trump, avistou um “canhão de rifle aparecendo por cima da cerca e imediatamente confrontou o indivíduo, que fugiu na hora”, explicou o xerife Bradshaw. Segundo ele, o suspeito estava a uma distância de entre 275 e 455 metros do ex-presidente. Bradshaw destacou que, “com um rifle e uma mira telescópica como essa, não é uma grande distância”.
As autoridades iniciaram uma investigação sobre Ryan Wesley Routh, o homem detido. A AFP entrevistou Ryan Wesley Routh em 2022 em Kiev, durante uma manifestação de apoio aos soldados ucranianos na guerra contra a Rússia, uma questão sobre a qual o candidato republicano se mostrou ambíguo.
A Casa Branca, em comunicado, afirmou que o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris, rival democrata de Trump nas eleições de novembro, foram informados sobre o incidente. “Eles estão aliviados ao saber que [Trump] está a salvo”, indicou o comunicado.
 
“Não há espaço para a violência política ou qualquer tipo de violência em nosso país”, afirmou Biden em um comunicado posterior. “Instruí a minha equipe para assegurar que o Serviço Secreto tenha todos os recursos, capacidades e medidas de proteção disponíveis para garantir a segurança contínua do ex-presidente Trump”, acrescentou.
Kamala afirmou que ficou tranquilizada ao saber que uma tragédia foi evitada. “Recebi a notícia sobre os disparos próximos ao ex-presidente Trump e sua propriedade na Flórida, e fico feliz que ele esteja a salvo”, disse, acrescentando: “A violência não tem lugar nos Estados Unidos”.
 
A congressista republicana Elise Stefanik agradeceu a atuação das forças de ordem, mas questionou a segurança do ex-presidente. “Devemos nos perguntar como foi permitido a um assassino se aproximar tanto do presidente Trump novamente”, disse em um comunicado. “Ainda não há respostas para o horrível atentado da Pensilvânia e esperamos que haja uma explicação clara para o ocorrido na Flórida”, acrescentou.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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