O caso de Erika Hilton, onde o gênero foi alterado para masculino em seu visto para os Estados Unidos, é reflexo de uma ordem assinada pelo presidente Donald Trump no primeiro dia de seu mandato. A deputada do PSOL, uma das primeiras trans da Câmara dos Deputados, protestou contra essa ação, considerando-a um ato de violência e transfobia de Estado.
A determinação de Trump estabeleceu que o governo deveria considerar apenas dois gêneros – masculino e feminino – como política oficial nos Estados Unidos. Essa medida foi enfatizada pela remoção de termos e expressões relacionados à diversidade de gênero em sites federais, bem como pela proibição de passaportes com o gênero “X” para pessoas não binárias.
Além disso, outras medidas foram assinadas por Trump, como o fechamento de programas de diversidade, a restrição de transições de gênero para menores de 19 anos, e a proibição da participação de meninas e mulheres trans em eventos esportivos femininos. Todas essas ações têm como objetivo promover uma visão binária de gênero, implicando desrespeito às identidades não conformes.
Essa política de exclusão de gênero pelo governo de Trump afeta não apenas figuras públicas como Erika Hilton e a atriz trans Hunter Schafer, mas também indivíduos comuns que se sentem prejudicados em sua identificação e liberdade de circulação. A ACLU, em defesa de uma ação judicial contra o governo dos EUA, destaca os riscos e maus-tratos que essas ações podem gerar para pessoas trans.
É importante ressaltar que a visão de gênero como um espectro, defendida por entidades médicas e grupos de direitos civis, é contrária à perspectiva de Trump de dois gêneros fixos e imutáveis. A luta pela inclusão e respeito às diversas identidades de gênero continua sendo um desafio diante das políticas discriminatórias adotadas pelo governo dos Estados Unidos.
Trump, em sua gestão, buscou restringir e eliminar políticas de diversidade e inclusão, promovendo o que chamou de “deter a loucura transgênero”. Essa postura do governo reflete um retrocesso nos direitos e na dignidade das pessoas trans, reforçando a importância da resistência e da solidariedade em defesa da igualdade e do respeito à diversidade de gênero.