Trump propõe reunião regional nos EUA para resolver crise do Catar

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs nesta quarta-feira (7) a organização de uma reunião na Casa Branca para resolver a crise gerada pela ruptura de relações diplomáticas de vários países com o Catar e ressaltou a necessidade do diálogo na região para deter o auge do extremismo. A informação é da EFE.

Em outro desdobramento da crise, o Parlamento da Turquia deu sinal verde hoje ao envio de mais militares a uma base no Catar, após aprovar dois acordos com Doha, em um claro gesto de apoio a esse emirado, em meio ao isolamento que lhe foi imposto por vários dos seus países vizinhos.

Trump falou hoje por telefone com o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, e se ofereceu “para ajudar as partes a resolver suas diferenças, inclusive por meio de uma reunião na Casa Branca se for necessário”, segundo um comunicado do governo americano.

“O presidente reiterou que um Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) unido e uma aliança forte entre os EUA e esse conselho são cruciais para derrotar o terrorismo e promover a estabilidade regional”, indicou o comunicado.

A Casa Branca não detalhou se a reunião proposta por Trump incluiria apenas os países-membros do CCG, composto por Kuwait, Catar, Omã, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, ou seria aberto às nações que estão se somando ao boicote diplomático ao emirado.

Rompimentos

Até agora, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Egito, Mauritânia e Maldivas romperam as suas relações diplomáticas com o Catar, enquanto a Jordânia anunciou que vai reduzir a sua representação diplomática nesse país, e o Senegal chamou para consultas seu embaixador. Também se posicionaram contra o Catar os governos apoiados pelos sauditas no Iêmen e na Libia.

A ruptura se sustenta na acusação ao governo catariano de financiar organizações consideradas terroristas, como o Estado Islâmico, Al Qaeda e Irmandade Muçulmana. O governo de Doha tachou como “calúnias” as alegações.

O Kuwait está tentando intermediar o conflito e o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, já havia oferecido na segunda-feira a ajuda de Washington para resolver o litígio, mas o próprio Trump não se tinha posicionado até agora como mediador.

“O presidente enfatizou a importância que todos os países na região trabalhem lado a lado para prevenir o financiamento de organizações terroristas e deter a promoção da ideologia extremista”, ressaltou a Casa Branca em seu comunicado.

A conversa de Trump com o emir catariano aconteceu um dia depois de o governante americano falar por telefone com o rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz Al Saud, e lhe expressar a importância da unidade no Golfo Pérsico contra o terrorismo.

Trump disse ontem no Twitter que a “linha dura” de vários países com o Catar é, em parte, fruto da sua pressão, uma vez que durante sua visita em maio à Arábia Saudita ele declarou que não poderia haver “nenhum financiamento à ideologias radicais”.

O Departamento de Estado americano tentou depois tirar o peso do tweet de Trump, ao assegurar que a relação com o Catar é “sólida” e que Washington “segue cooperando” com esse país, no qual os Estados Unidos têm sua maior base aérea na região.

Fonte: Agência Brasil

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Avião da Embraer pode ter sido abatido por sistema de defesa russo, indicam fontes

O acidente com o avião da Azerbaijan Airlines que deixou 38 mortos na última quarta-feira pode ter sido causado por um sistema de defesa aérea russo, segundo informações obtidas pela agência Reuters. A suspeita foi inicialmente levantada por Andriy Kovalenko, membro da segurança nacional ucraniana, que mencionou imagens mostrando coletes salva-vidas perfurados. Especialistas em aviação e militares corroboraram a análise, e até mesmo a mídia russa considerou a possibilidade de a aeronave ter sido confundida com um drone ucraniano.

Enquanto isso, as autoridades russas e do Cazaquistão pedem cautela. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, declarou que especulações sobre as causas são prematuras, e o presidente do Senado do Cazaquistão, Mäulen Äşimbaev, reforçou que a investigação está em andamento, garantindo transparência nos resultados.

O avião, que partiu de Baku, capital do Azerbaijão, com destino a Grozny, na Rússia, desviou significativamente de sua rota antes de cair no Cazaquistão. A companhia aérea inicialmente sugeriu que o acidente poderia ter sido causado por colisão com aves, mas especialistas descartaram essa hipótese. Serik Mukhtybayev, especialista cazaque, e o brasileiro Lito Sousa destacaram que os danos nos destroços apontam para uma causa externa, possivelmente relacionada a um ataque.

Relatos e análises reforçam a teoria de que o avião foi atingido por um míssil. Um piloto militar francês, sob anonimato, afirmou que os danos na cauda são consistentes com explosões de estilhaços. O blogueiro russo Yuri Podolyaka também mencionou sinais típicos de sistemas antiaéreos.

Dados do site Flightradar24 mostram que o avião enfrentou interferências de GPS antes do acidente, algo já atribuído à Rússia em ocasiões anteriores. A Chechênia, destino final do voo, havia sido alvo de ataques com drones no mesmo período, segundo informações locais.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, evitou especular, atribuindo o desvio de rota ao mau tempo. A caixa-preta do avião foi recuperada e será analisada para determinar a causa do acidente. Das 67 pessoas a bordo, 29 sobreviveram, sendo que 11 permanecem em estado grave.

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