Trump eleva tarifas contra China, mas pede diálogo com Xi Jinping
Ao mesmo tempo, presidente dos EUA reduziu taxas globais por 90 dias
Depois de insistir que as tarifas não eram negociáveis, Donald Trump recuou e
limitou as taxas universais cobradas sobre produtos estrangeiros para 10%
durante 90 dias. Mas amplificou o conflito comercial com a China, elevando para
125% os impostos sobre mercadorias vindas de Pequim.
Segundo Trump, a redução aconteceu porque as pessoas estavam ficando muito
agitadas com a guerra comercial.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que as mudanças repentinas
fazem parte do que ela chamou de arte da negociação de Trump. O movimento também
foi visto como muito corajoso pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent.
“E nós vimos o sucesso da estratégia de negociação que o presidente Trump implementou há uma semana hoje. O que temos agora, como eu disse a todos há uma semana, exatamente neste lugar — ‘não retaliem’ e vocês serão recompensados.”, disse Bessent.
A decisão não era conhecida, inclusive, por toda equipe de Trump. O
representante do comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, foi informado da
mudança durante sessão no Congresso enquanto ainda defendia as taxas.
A Casa Branca descreve a pausa no tarifaço como um período para negociações, em
que os outros países devem procurar os Estados Unidos em busca de acordos. O
governo americano afirma agora que esse era o objetivo o tempo todo, e que a
decisão não foi uma resposta ao mercado.
Mas as medidas vieram diante de respostas duras contra as tarifas dos Estados
Unidos, e a um turbilhão na economia global, com alertas sobre a possibilidade
de uma recessão.
O único país que não terá a alíquota reduzida é a China. Nesse caso, Trump fez o
caminho contrário e aumentou as taxas contra produtos chineses para 125%.
Trump impôs a medida após a China anunciar tarifas de 50% sobre produtos
importados dos Estados Unidos, e de a União Europeia aprovar tarifas contra
produtos americanos previstas para entrar em vigor em 15 de abril.
Apesar de tudo, o americano mostrou confiança em relação a um acordo com Pequim.
“E, você sabe, nada acabou ainda, mas nós temos uma disposição tremenda de
outros países, incluindo a China. A China quer fazer um acordo. Eles só não
sabem como proceder.”, afirma Trump.
O recuo de Trump sobre as tarifas aliviou parcialmente o sentimento do mercado
financeiro. Durante a manhã desta quarta, valores dos títulos americanos
despencaram e a Bolsa de Nova York abriu em queda.
Após a decisão, os treasuries tiveram uma leve melhora. Mas, para os índices, a
recuperação foi forte, com a Dow Jones subindo 7,87%; a S&P 500 com alta de 9,52%; e a Nasdaq saltando
12,16%.