TSE deve ouvir Torres em ação que pode tornar Bolsonaro inelegível

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pediu nesta quinta-feira, 9, autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para ouvir o depoimento de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, na ação que apura uma reunião de Jair Bolsonaro com embaixadores em julho de 2022. O caso foi aberto a pedido do PDT, é o mais avançado na Justiça e pode tornar o ex-presidente inelegível.

A solicitação para a oitiva de Torres é assinada pelo corregedor-geral da Corte, Benedito Gonçalves. De acordo com o pedido, o tribunal quer detalhes sobre a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro em operação da Polícia Federal (PF). A avaliação é de que o documento teria relação com as alegações infundadas de Bolsonaro durante o encontro com embaixadores.

Ainda segundo o documento, Torres também precisará esclarecer diante da Corte qual era o seu papel nas transmissões ao vivo feitas por Bolsonaro para repetir a tese infundada de fraude eleitoral.

“A transmissão referida ocorreu no dia 29/07/2021, e, nela, o então Presidente da República usa o documento para sustentar que houve fraude no sistema eletrônico de votação e interesse do Tribunal Superior Eleitoral em obstar a auditabilidade. Na ocasião, estavam presentes, e participaram com falas, Anderson Gustavo Torres, Ministro da Justiça e Segurança Pública, e Eduardo Gomes da Silva, assessor da Presidência da República”, informa a peça do TSE.

O depoimento de Torres ao TSE ainda não tem data marcada e precisa da autorização de Alexandre de Moraes, já que o ex-ministro está preso desde 14 de janeiro. Se avalizada, a oitiva ocorrerá por videoconferência.

Além de Torres, o corregedor-geral solicitou a tomada de depoimento de Eduardo Gomes da Silva, coronel reformado e assessor de Bolsonaro na transmissão. Dois servidores da PF – Ivo de Carvalho Peixinho e Mateus de Castro Polastro – que se reuniram com Bolsonaro antes da transmissão para tratar do inquérito usado por ele para alegar fraude nas urnas também foram intimados a depor.

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Lula promete zerar fome no país até fim do mandato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu no sábado, 16, que, até o fim do mandato, nenhum brasileiro vai passar fome no país. A declaração foi feita no último dia do Festival Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, na região central do Rio de Janeiro.

“Quero dizer para os milhões de habitantes que passam fome no mundo, para as crianças que não sabem se vai ter alimento. Quero dizer que hoje não tem, mas amanhã vai ter. É preciso coragem para mudar essa história perversa”, disse o presidente. “O que falta não é produção de alimentos. O mundo tem tecnologia e genética para produzir alimentos suficientes. Falta responsabilidade para colocar o pobre no orçamento público e garantir comida. Tiramos 24 milhões de pessoas da fome até agora. E em 2026, não teremos nenhum brasileiro passando fome”.

O evento encerrou a programação do G20 Social, que reuniu durante três dias representantes do governo federal, movimentos sociais e instituições não governamentais. Na segunda, 18, e terça-feira, 19, acontece a Cúpula do G20, com os líderes dos principais países do mundo. A discussão de iniciativas contra a fome e a pobreza são bandeiras da presidência brasileira do G20.

“Quando colocamos fome para discutir no G20, era para transformar em questão politica. Ela é tratada como uma questão social, apenas um número estatístico para período de eleição e depois é esquecida. Quem tem fome é tratado como invisível no país”, disse o presidente. “Fome não é questão da natureza. Não é questão alheia ao ser humano. Ela é tratada como se não existisse. Mas é responsabilidade de todos nós governantes do planeta”.

O encerramento do festival teve a participação dos artistas Ney Matogrosso, Maria Gadú, Alceu Valença, Fafá de Belém, Jaloo Kleber Lucas, Jovem Dionísio, Tássia Reis, Jota.Pê e Lukinhas.

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