“A impugnação é do Lula, não da chapa. Na eleição de 2014, Eduardo Campos morreu e o PSB usou o horário na TV antes de Marina ser confirmada candidata”
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para esta sexta-feira (31), uma sessão extraordinária para analisar a possibilidade de participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no horário eleitoral no rádio e na TV, que terá início no sábado para candidatos à Presidência. A candidatura do petista, que está preso desde abril deste ano, é alvo de 16 impugnações, todas baseadas na Lei da Ficha Limpa. Um dos autores, o partido Novo reforçou ontem o pedido para barrar a presença do petista no palanque eletrônico.
O PT avalia antecipar a substituição de Lula na cabeça de chapa pelo candidato a vice Fernando Haddad se sofrer um revés na Justiça Eleitoral. A previsão inicial do partido era levar a discussão na Corte até meados de setembro. A decisão, porém, terá de ser submetida a Lula, preso em Curitiba. A defesa do ex-presidente critica eventual restrição à candidatura petista no horário eleitoral. “A impugnação é do Lula, não da chapa. Na eleição de 2014, Eduardo Campos morreu e o PSB usou o horário na TV antes de Marina ser confirmada candidata”, disse Luiz Fernando Casagrande Pereira, que representa o PT no registro da candidatura no TSE.
Em tese, o ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso de Lula, pode levar para julgamento amanhã também os questionamentos ao registro da candidatura de Lula. Caso o TSE decida indeferir o registro, advogados do petista vão entrar com recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal (STF). A sessão do TSE vai ocorrer um dia depois do fim do prazo para entrega da defesa de Lula, que termina hoje. Na sessão devem ser julgados todos registros pendentes de candidatos a presidente, inclusive Lula, além do pedido para barrar o ex-presidente do horário eleitoral. A definição da pauta, no entanto, cabe à presidente do TSE, Rosa Weber.
Na avaliação de um dos ministros, o ideal seria que, mesmo sem a conclusão da tramitação do processo de registro, Barroso decidisse sobre a participação de Lula no horário eleitoral. Com o recurso ao STF, a defesa do petista adia a decisão sobre a candidatura do partido e tenta garantir a presença do ex-presidente na propaganda eleitoral no rádio e na TV. A defesa que será entregue nesta quinta-feira (30), ao TSE vai se basear na liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU que, no dia 17, pediu às autoridades brasileiras a manutenção do petista na disputa presidencial até o trânsito em julgado do processo no qual foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4). A defesa ainda pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao STF.