O deputado federal Gustavo Gayer (PL), alvo de uma operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (25) por suspeita de desvio de recursos públicos, contou com o apoio de duas figuras notórias por seus passados repletos de escândalos de corrupção: Jayme Rincón e Carlinhos Cachoeira. A PF realizou buscas na residência de Gayer em Goiânia e no imóvel funcional que ele possui em Brasília. Em uma das operações, foram encontrados R$ 70 mil em dinheiro vivo na casa de um assessor do deputado. Segundo a Polícia Federal, o grupo teria utilizado documentos falsos para criar uma organização social que incluía crianças em sua estrutura societária.
Em suas redes sociais, Rincón chamou a operação de “injusta”. “Não há absolutamente nada, exceto uma possível razão política, que justifique o que ocorreu hoje, a apenas dois dias do segundo turno em Goiânia”, postou. Ele comparou a situação à Operação Lava Jato e à atuação do ex-juiz Sérgio Moro, indicando que a operação contra Gayer poderia estar motivada por interesses que vão além do combate à corrupção.
Jayme Rincón possui um histórico de diversas acusações e processos, alguns ainda em andamento. Ele foi uma figura central no governo de Marconi Perillo (PSDB) e foi investigado na Operação Cash Delivery em 2018, um desdobramento da Lava Jato em Goiás. Rincón foi acusado de atuar em um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. Em 2019, ele foi preso temporariamente, e as investigações revelaram valores em espécie e documentos que o ligavam a transações financeiras suspeitas.
Carlinhos Cachoeira também se manifestou em defesa de Gayer, criticando a operação e minimizando as acusações de desvio de dinheiro público. Cachoeira mencionou nas redes sociais que considera a operação uma injustiça, alertando que isso pode impactar negativamente a candidatura de Fred Rodrigues, que conta com o apoio de Gayer em Goiânia. “O que a PF está investigando é um simples desvio de cota parlamentar”, declarou, tentando minimizar as alegações contra o deputado federal.
O passado de Cachoeira é marcado por um dos esquemas de corrupção mais infames do Brasil, com um extenso registro de condenações e investigações. Em 2024, ele foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão por corrupção ativa, sob a acusação de ter subornado um ex-desembargador com presentes de luxo para garantir favores judiciais.