“Tudo ou nada”: Rogério Cruz parte pra cima do Judiciário e do governo estadual

Em vídeo publicado na noite desta quinta-feira (6/6) em suas redes sociais, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Solidariedade), partiu para o “tudo ou nada”: ele relaciona a operação policial “Transata”, deflagrada pela Polícia Civil na última quarta-feira (5/6) para apurar esquemas de corrupção no Paço Municipal – especialmente em processos de licitação -, a “perseguições políticas”.

“Estamos sendo atacados. Se nosso trabalho não estivesse dando certo e melhorando a vida das pessoas, será que essa reação [referindo-se à operação] aconteceria neste momento, nesta gestão?”, pergunta Rogério em um trecho do vídeo.

O prefeito não diz, em nenhum momento, quem o ataca. E também não dá nomes de quem o “persegue” politicamente. Nem precisava. Ao tentar defender sua administração desta forma, direta ou indiretamente ele acusa o Poder Judiciário, que deu sinal verde para que os devidos mandados de busca e apreensão fossem cumpridos. E também o Governo do Estado, a quem a Polícia Civil do Estado de Goiás está jurisdicionada.

Também causou certa estranheza nos bastidores políticos o fato de Rogério ter adotado o argumento de “perseguição política” mais de 24 horas depois do pronunciamento que fez à imprensa comunicando que o então titular da Seinfra – o órgão foi o principal alvo da operação policial –, Denes Pereira, seria afastado. Só agora ele teve convicção da “lisura” da sua gestão – e da de seu então secretário, considerado “homem forte” na prefeitura?

Fato é que conforme apurado pela coluna, Rogério já teria sido avisado pela cúpula do Solidariedade – partido que o acolheu após o Republicanos negar-lhe legenda – que ele não deve jogar Denes Pereira aos leões e tampouco usá-lo como bode expiatório, sob pena de sequer disputar a reeleição pela legenda. Aí sim, faz sentido toda esta disposição do prefeito em partir para o confronto aberto com o Judiciário e o Governo do Estado.

 

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Presidente da Câmara, Romário Policarpo tenta valorizar passe do PRD junto a Sandro Mabel

Presidente da Câmara, Romário Policarpo tenta valorizar passe do PRD junto a Sandro Mabel

Pré-candidato a prefeito de Goiânia, o empresário Sandro Mabel (UB) parece ter entendido o “recado” passado, neste final de semana, pelo presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), e compareceu à sede do Legislativo nesta terça-feira, 9. Romário “cogitou” levar seu PRD para a pré-campanha à reeleição do prefeito Rogério Cruz (SD); e entre os argumentos, o de que tem indicações no primeiro escalão do Paço Municipal.

O PRD, assim como PSB, Agir, PMB e Avante, integra (ou integrava) um bloco articulado pelo presidente da Assembleia, Bruno Peixoto (UB), para fortalecer sua pré-candidatura a prefeito. Na sequência, o mesmo bloco acertou com Sandro Mabel que indicaria o pré-candidato a vice-prefeito dele.

Mas fato é que Avante e Agir já protagonizaram eventos recentes em que declararam apoio a Sandro, ao passo que o PSB é dado como certo na chapa da pré-candidata Adriana Accorsi (PT) via costuras feitas em âmbito nacional.

Vendo então que seu PRD correria o risco de ter seu passe desvalorizado, já que as demais legendas daquele bloco já seguiram seu rumo, houve então esta “ameaça” pública de compor com Rogério – segundo avaliações do QG de campanha de Mabel – que, diga-se de passagem, não exonerará, pelo menos não por agora, indicados de Romário Policarpo sob pena de ter mais problemas do que os que já tem.

Para demonstrar que está disposto a trabalhar pelo maior número de aliados possíveis em torno do seu projeto, Sandro foi hoje à Câmara, onde conversou com o presidente da Casa. Aliás, sua ida foi no mesmo dia em que CCJ deu sinal verde para votação do projeto de autoria do Executivo que permite a prefeitura vender 76 áreas públicas. Ele diz ser contra a matéria e afirma que os espaços podem ser usados para construção de CMEIs e unidades de saúde. A tramitação do projeto em plenário – incluindo aí se entrará em pauta antes ou somente depois do recesso dos vereadores – será um bom indicativo de quão produtiva foi a conversa entre Romário e Mabel.

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