“Tudo será afetado”, desabafa pró-reitora da UFG após MEC bloquear recursos das federais

O recente bloqueio de verbas federais para a Universidade Federal de Goiás (UFG) pode comprometer muito o funcionamento da instituição. A medida anunciada pelo Ministério da Educação cortou 14,5% do previsto para investimentos e custeio para cumprir o teto de gastos. Para driblar as contas, benefícios e bolsas devem ficar fora da lista de prioridades. 

As alterações orçamentárias deve se estender para outras áreas dentro da instituição. A pró-reitora de Assuntos Estudantis da UFG, Maísa Miralva, anunciou há pouco mais de três meses que planejava expandir o número de estudantes atendidos. À época havia a expectativa positiva de aumento frente aos cortes efetuados pelo governo federal em 2021. 

“Tudo será afetado. No caso de atendimento a estudantes de baixa renda, vamos operar com quase  R$ 5 milhões a menos. Ainda não sabemos o impacto. Estamos analisando. Vai ser muito difícil para todos. De forma prática, o corte será sobre todas as ações, pois não há como manter o que foi planejado. Estamos analisando o que fazer para reduzir impactos, como sempre fizemos”, lamenta.

As aulas presenciais deste semestre foram retomadas na semana passada, em 25 de maio. O corte de 18,2% no orçamento para 2021, a redução de bolsas e um possível fechamento da instituição da UFG chegaram a ser tema de uma audiência pública universitária. “A consequência é que deixamos de pagar contas, pois não tem como honrar as obrigações, pois não existe reserva para isso”, afirmou o reitor Edward Madureira na ocasião.

Segundo o pró-reitor de Administração e Finanças, Robson Geraldine, a universidade terá  menos R$ 15,7 milhões em um orçamento. O montante é considerado insuficiente para o fechamento das contas do ano. O reflexo sobre as aulas deverá ocorrer a partir do início do próximo semestre e não afetará o atual.

“Teremos que promover ajustes nas programações dos gastos atuais para que a instituição consiga se manter funcionando pelo menos por mais quatro meses. A partir daí não teremos orçamento para manter os contratos. Todas as áreas serão afetadas com os cortes, de bolsas à serviço de limpeza e segurança, por exemplo”, destaca Geraldine. 

Além das universidades, os institutos federais, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) também tiveram o envio dos recursos chamados discricionários suspensos.

 

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