Turista americano morre após atropelamento na BR-040: entenda o caso

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Por que eu fiz isso?’, perguntou para médica, antes de morrer, americano
atropelado ao tentar atravessar a BR-040 pulando grade

Sam Bindler, de 34 anos, sofreu um corte profundo ao tentar pular a mureta da
estrada, e depois ainda foi atingido por um carro. Na ambulância, a caminho do
hospital, perguntou se iria morrer. O motorista não parou e não foi encontrado, e
pode responder por homicídio culposo.

Câmera flagrou atropelamento de americano que sumiu no Vidigal

Os questionamentos foram feitos pelo turista-americano Sam Louis Bindler à médica que o atendeu após o atropelamento na Rodovia Washington Luís (BR-040), na Baixada Fluminense.

O acidente ocorreu pouco antes da meia-noite do dia 9 de março, e Sam estava na
ambulância da Concer, concessionária que administra a rodovia, a caminho do
Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, para onde foi levado.

A médica disse que Sam estava consciente da situação e que respondeu que tudo
ficaria bem para que ele se acalmasse. Ele contou que voltava de uma festa.

A vítima estava com um corte profundo na região das nádegas e sangrava muito.
Sam, de 34 anos, contou que tentou escalar a grade que separa as pistas para
atravessar para o outro lado, mas se desequilibrou, caiu na pista e foi
atropelado. Imagens de câmeras de segurança mostram o acidente.

No hospital, ele chegou a passar por uma cirurgia, mas morreu no final da manhã
do mesmo dia.

A causa da morte foi “hemorragia interna e externa; laceração do períneo com
lesão vascular e fratura do sacro e ilíaco”, segundo o laudo de necrópsia do
Instituto Médico-Legal (IML) de Duque de Caxias.

Sam era professor de inglês e veio ao Brasil visitar a avó, que mora em Sorocaba (SP). Depois, decidiu passar alguns dias no Rio, curtindo o carnaval. Ele chegou a ser dado como desaparecido, até seu corpo ser localizado pela polícia no IML.

Na última sexta-feira (11), a Polícia Civil do RJ concluiu e enviou ao
Ministério Público o inquérito sobre o caso.

As imagens feitas por uma câmera da Concer mostram Sam atravessando a rodovia,
onde o limite de velocidade é de 110 km/h, e a travessia não é permitida –
somente por passarelas.

Após cruzar a primeira metade da estrada, Sam sobe na grade que fica em cima da
mureta central. Após alguns segundos, ele parece saltar – ou cair – para o
outro lado da mureta e, em uma fração de segundos, é atingido lateralmente por
um carro, que segue viagem sem desacelerar.

O turista é projetado e cai no asfalto, no acostamento.

A Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat) concluiu que houve um acidente, já
que Sam tentou pular a grade, se desequilibrou e foi atropelado.

O motorista ainda não foi identificado e pode vir a responder por homicídio
culposo.

“Enviamos o relatório ao MPRJ e continuamos em busca do motorista do veículo que
atropelou o americano. Investigamos uma possível omissão de socorro e homicídio
culposo — sem a intenção de matar”, disse Bulus.

Segundo o inquérito, ao qual o DE teve acesso, Sam estava em São João de Meriti para se encontrar com uma mulher que havia conhecido em um bloco de carnaval na Pedra do Sal, no Centro do Rio, no dia 2 de março.

Eles voltaram a encontrar no dia 7. Foram ao Arpoador, depois a um quiosque em
Copacabana, seguiram para um restaurante de um hotel de luxo no mesmo bairro e,
ao entardecer, foram até uma laje no Vidigal para assistir ao pôr do sol.

Em seguida, Sam e a mulher voltaram para a Baixada, onde passaram a noite em um
motel. No dia seguinte, se despediram e seguiram seus caminhos.

Em depoimento, a mulher contou que continuaram se falando e marcaram um novo
encontro para o dia 8 de março.

Ela disse que Sam marcou para encontrá-la às 20h, em São João de Meriti. Sam
ligou para ela pouco antes das 22h, convidando-a para um bloco de carnaval, mas
ela recusou.

Eles combinaram de se ver no dia 9 de março, mas pararam de se falar. A mulher
enviou uma mensagem para Sam pouco depois da meia-noite do dia 9, mas ele não
respondeu mais.

Segundo a Deat, por volta das 23h, Sam foi ao Parque Duque, em Duque de Caxias,
e tentou se hospedar no mesmo motel do dia 7. Tentou pagar a diária com PIX, mas
o local só aceitava dinheiro ou cartão de crédito.

O funcionário do motel orientou Sam a ir a um posto de gasolina próximo para
sacar o valor. Segundo o depoimento, o funcionário orientou o turista a usar um
viaduto que cruza a pista, que fica a 2 minutos de distância do hotel, para ir
até o posto.

Imagens de câmeras de segurança mostram Sam deixando o local, que ficava do
outro lado da rodovia onde foi atropelado.

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