Um vídeo chocante capturado por uma câmera de segurança instalada na escadaria do Cristo Redentor mostrou o momento angustiante em que o turista gaúcho Jorge Alex Duarte, de 54 anos, passou mal e veio a falecer no último domingo. As imagens mostram Jorge subindo os degraus e, em seguida, encostando-se no corrimão antes de desmoronar às 7h39. Sua nora, Melissa Schiwe, uma enfermeira, imediatamente iniciou uma massagem cardíaca na tentativa desesperada de reanimá-lo.
A situação dramática continuou a se desenrolar, com Melissa e um homem alternando-se na realização da massagem cardíaca enquanto o filho de Jorge, Alex, era levado para longe do local. Às 7h43, uma funcionária do Trem do Corcovado apareceu com um desfibrilador, seguida pelo Padre Damasceno da Paróquia do Cristo Redentor. Infelizmente, mesmo após 35 minutos de esforços de reanimação, o serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) só chegou ao local às 8h13 e, após várias tentativas sem sucesso, o óbito de Jorge foi confirmado.
A família de Jorge se manifestou, através de seus advogados Joel Lazzarin e Matheus Alves, alegando que a demora no atendimento é inaceitável e caracteriza uma negligência da equipe responsável pelo monumento. Eles afirmaram que buscarão as devidas reparações, considerando a responsabilidade civil com base no Código de Defesa do Consumidor, já que o acesso ao Cristo Redentor é tarifado. Os advogados destacaram a falta de estrutura para prestar socorro imediato e a importância dos primeiros-socorros para preservar a vida de Jorge.
A repercussão do caso levou à interdição temporária do monumento pelo Procon-RJ como medida de proteção aos consumidores. Após uma fiscalização do Procon-RJ e do Corpo de Bombeiros, o acesso ao Cristo Redentor foi liberado novamente, com a garantia de um posto de primeiros-socorros em pleno funcionamento e a presença de ambulâncias no local. No entanto, um impasse entre o ICMBio e a concessionária Trem do Corcovado emergiu, com ambas as partes disputando a responsabilidade pela manutenção do posto de saúde no Alto Corcovado.
Diante da tragédia que se abateu sobre a família de Jorge Duarte, o caso levanta questões sobre a segurança e a eficiência dos serviços de socorro nos pontos turísticos do Rio de Janeiro. A demora na chegada do Samu ao Cristo Redentor evidencia a urgência de revisão e melhoria nos protocolos de emergência e na estrutura de atendimento prestada aos visitantes. É fundamental que as autoridades competentes esclareçam as responsabilidades e adotem medidas eficazes para evitar situações semelhantes no futuro.