Turistas argentinos desembarcam no Rio de Janeiro mesmo após operação letal: mistura de entusiasmo e medo

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Mesmo em meio à tensão causada pela operação mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, turistas argentinos desembarcam na cidade e mantêm seus planos de viagem. Após o confronto que resultou em 121 mortes na Zona Norte, visitantes optam por manter parte dos roteiros, embora admitam sentir medo diante da violência.

A bordo do voo AR1268 da Aerolíneas Argentinas, passageiros provenientes de Buenos Aires desembarcaram no Rio de Janeiro com a expectativa de dias de descanso, celebrações de aniversário e despedidas de solteiro. No entanto, a alegria dos turistas contrastava com as notícias chocantes que estampavam os jornais locais, relatando o saldo de vítimas da “Operação Contenção”, que ultrapassou o trágico episódio do massacre do Carandiru em 1992.

A megaoperação que vitimou 121 pessoas teve início na terça-feira, quando forças de segurança do estado entraram em confronto com membros do Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão. A contagem inicial de mortos chegou a 64, mas o número aumentou com a descoberta de mais corpos pela área de mata usada como rota de fuga pelos criminosos.

Apesar das críticas e do impacto negativo decorrente da operação, o governador Cláudio Castro considerou o resultado um “sucesso”, minimizando as mortes dos suspeitos. O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, destacou o impacto da ação no Comando Vermelho, ressaltando que foi um duro golpe para a organização criminosa.

Enquanto o Rio tenta se recuperar da tragédia, turistas como Juan Manuel Giles desembarcam na cidade com uma mistura de entusiasmo e medo. O grupo de amigos argentinos decidiu manter a viagem planejada há seis meses, porém, com adaptações nos passeios programados, como o cancelamento de um passeio de moto pelas favelas em virtude das cenas de violência vistas na televisão.

Nas ruas de Copacabana, a tentativa de normalidade contrasta com a atmosfera de cautela, medo e silêncio que paira sobre a cidade após a operação. A movimentação noturna diminuiu consideravelmente, refletindo a preocupação dos moradores e visitantes diante dos recentes eventos.

A repercussão online da megaoperação revelou a divisão de opiniões, com 50,1% dos posts aprovando a ação policial nos estados do RJ, SP, MG, DF e BA. No entanto, críticas à violência e à condução da operação representaram 39,2% das postagens, enquanto 10,7% mantiveram uma posição neutra. A polarização política também se fe faz presente nas redes sociais, com menções a figuras como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Cláudio Castro.

Ainda em meio a este cenário de incerteza e tensão, turistas como os argentinos Juan Manuel Giles e seu grupo mantêm a coragem e o compromisso de desfrutar de sua estadia no Rio de Janeiro. Apesar dos desafios, a cidade maravilhosa continua a receber visitantes, mostrando sua resiliência diante de adversidades e seu poder de superação.

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