“Uber da Medicina” é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina

O Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentou e declarou como ético o uso do chamado “uber da medicina”, serviço em que o paciente pode chamar um médico por meio de um aplicativo e o atendimento é feito em casa. Desde de 2016 os serviços estão disponíveis mais ainda não constavam com regulamentação específica para entrar em funcionamento.

O Conselho exige que todos os profissionais inscritos devem ter Registro de Qualificação de Especialidade (RQE) para a área que vão atender. Dessa forma, uma consulta na endocrinologia deve ser feita por profissional com registro na área, o registro indica que ele fez residência no setor ou passou por exame específico. O CFM também diz que essas plataformas orientem seus médicos a registrarem as informações por meio físico ou digital, ou seja, eles devem manter um prontuário acessível por outros médicos ou pelo próprio paciente. As plataformas devem possuir um diretor técnico responsável, capaz de garantir que o serviço cumpra com as exigências básicas: como, o fato de que todo o médico cadastrado tenham um registro profissional.

Além disso, o CFM considera que a relação médico-paciente mediada por um aplicativo é um desafio para a medicina e deve ser acompanhado de perto. A garantia da qualidade de atendimento, uma outra questão que preocupou o conselho foi a publicidade que pode criar uma concorrência desleal da profissão em relação a qualidade. Assim, proibiu a divulgação de valores das consultas ou procedimentos médicos em anúncios profissionais, podendo ser divulgado quando o paciente abrir a ficha médica.

Aplicativos

O primeiro aplicativo disponível no Brasil, o “Docway”, hoje tem 2.750 médicos cadastrados e está em 160 cidades e em todas as capitais brasileiras e faz mil atendimentos por mês. Há também a empresa “DR. Já” e o aplicativo “Doctorengage” em funcionamento no país. De acordo com o CFM, esses aplicativos oferecem mais de 50 especialidades, sendo clínica médica, pediatria, clínica geral e medicina da família as mais solicitadas. No caso de emergência, não é possível escolher o médico, mas os apps garantem que o atendimento será feito em até três horas.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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