“Uber da Medicina” é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina

O Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentou e declarou como ético o uso do chamado “uber da medicina”, serviço em que o paciente pode chamar um médico por meio de um aplicativo e o atendimento é feito em casa. Desde de 2016 os serviços estão disponíveis mais ainda não constavam com regulamentação específica para entrar em funcionamento.

O Conselho exige que todos os profissionais inscritos devem ter Registro de Qualificação de Especialidade (RQE) para a área que vão atender. Dessa forma, uma consulta na endocrinologia deve ser feita por profissional com registro na área, o registro indica que ele fez residência no setor ou passou por exame específico. O CFM também diz que essas plataformas orientem seus médicos a registrarem as informações por meio físico ou digital, ou seja, eles devem manter um prontuário acessível por outros médicos ou pelo próprio paciente. As plataformas devem possuir um diretor técnico responsável, capaz de garantir que o serviço cumpra com as exigências básicas: como, o fato de que todo o médico cadastrado tenham um registro profissional.

Além disso, o CFM considera que a relação médico-paciente mediada por um aplicativo é um desafio para a medicina e deve ser acompanhado de perto. A garantia da qualidade de atendimento, uma outra questão que preocupou o conselho foi a publicidade que pode criar uma concorrência desleal da profissão em relação a qualidade. Assim, proibiu a divulgação de valores das consultas ou procedimentos médicos em anúncios profissionais, podendo ser divulgado quando o paciente abrir a ficha médica.

Aplicativos

O primeiro aplicativo disponível no Brasil, o “Docway”, hoje tem 2.750 médicos cadastrados e está em 160 cidades e em todas as capitais brasileiras e faz mil atendimentos por mês. Há também a empresa “DR. Já” e o aplicativo “Doctorengage” em funcionamento no país. De acordo com o CFM, esses aplicativos oferecem mais de 50 especialidades, sendo clínica médica, pediatria, clínica geral e medicina da família as mais solicitadas. No caso de emergência, não é possível escolher o médico, mas os apps garantem que o atendimento será feito em até três horas.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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