UFG constrói biblioteca para catadores de materiais recicláveis

Biblioteca pertence a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Ordem e Progresso, localizada no setor Albino Boaventura, região Noroeste de Goiânia

Projeto da Universidade Federal de Goiás (UFG) é responsável pela construção de uma biblioteca na Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Ordem e Progresso, localizada no setor Albino Boaventura, região Noroeste de Goiânia. O local foi idealizado para ser construído com os catadores e não apenas para eles, ou seja, partindo da realidade histórico-cultural do usuário, por meio de trocas de experiências e saberes. Além de promover a leitura, a Bibliocriativa, como é chamada, tem ações de inclusão digital e programa de alfabetização para jovens e adultos.

O acervo adquirido está em fase de tratamento técnico na UFG, para catalogação, e conta com títulos com linguagem acessível aos moradores da comunidade, incluindo obras clássicas adaptadas para quadrinhos e diversos livros sobre reciclagem. Segundo a professora da Faculdade de Informação e Comunicação da UFG (FIC), Geisa Muller, idealizadora do projeto, a escolha dos livros levou em consideração a ideia de que é a partir de leituras mais simples que os sujeitos exploram outras, mais densas e profundas. “A Bibliocriativa propõe leituras que estão dentro do espaço de pertencimento e entendimento da comunidade”, afirmou.

Graças a uma parceria com Secretaria Municipal de Educação e Esportes de Goiânia, o projeto conta ainda com uma extensão da Escola Municipal Joel Marcelino, para proporcionar a alfabetização de educandos de 15 anos ou mais que, por diversos motivos, não chegaram a frequentar escolas ou não concluíram o ensino fundamental. A proposta é realizada por meio da Educação Fundamental de Adolescentes, Jovens e Adultos (Eaja), em que o aprendizado parte das experiências de vida dos alunos, respeitando a caminhada de cada um e seus diferentes ritmos e formas de aprender.

O projeto

A Bibliocriativa surgiu a partir de uma pesquisa de Geisa Muller, em parceria com a Incubadora Social da UFG, e com recursos do Fundo de Arte e Cultura de Goiás. Atualmente, as professoras da UFG, Suely Henrique, Andréa Pereira dos Santos, Laura Vilela e Dinorá Gomes, também estão envolvidas no trabalho. Apesar da infraestrutura da biblioteca ainda não estar totalmente concluída, com previsão de término até o início de 2018, diversas atividades já estão ocorrendo. O grupo alugou uma sala de aula em frente à cooperativa para a realização de oficinas de inclusão digital e para as aulas da turma de alfabetização.

Acop

A Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Ordem e Progresso foi criada em 2005, após o Primeiro Encontro Municipal da categoria. A proposta do grupo é atuar como organização solidária, com participação democrática da gestão. A cooperativa luta para alcançar sua autonomia econômica financeira, sendo que ainda depende de subsídios de outras entidades para sua manutenção e a de seus associados.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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