A Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), localizada no campus de Divinópolis, está na vanguarda do desenvolvimento de um teste rápido para a detecção da doença de Chagas. Esse avanço na área da saúde é resultado de anos de pesquisa e dedicação por parte dos pesquisadores da instituição, que agora contam com um método inovador para identificar precocemente a doença. Esse teste utiliza uma amostra de sangue do paciente e fornece o resultado em aproximadamente 15 minutos, sendo capaz de diferenciar com alta precisão os casos positivos daqueles que não estão infectados.
Hoje em dia, a grande maioria dos kits de diagnóstico utilizados no Brasil é importada, o que acarreta em custos elevados e dificuldades na distribuição em larga escala. A intenção dos pesquisadores da UFSJ é que Minas Gerais se torne um protagonista no desenvolvimento de kits diagnósticos locais, visando facilitar o acesso ao diagnóstico da doença de Chagas, especialmente em regiões de difícil alcance. A expectativa é de que, no futuro, esse teste seja disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), beneficiando milhões de brasileiros que desconhecem ser portadores da doença.
É importante ressaltar que o desenvolvimento desse teste só foi possível graças ao apoio de diversas parcerias, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A validação do teste foi um processo minucioso que envolveu análises laboratoriais com a técnica “Elisa”, utilizando antígenos produzidos de forma recombinante, e contou com a participação de alunos de pós-graduação e pesquisadores de pós-doutorado.
A doença de Chagas, transmitida principalmente pelo inseto barbeiro, é uma enfermidade negligenciada que pode comprometer órgãos como o coração, o esôfago e o intestino. O número de testes realizados para a doença tem aumentado nos últimos anos na região, o que tem levado a um aumento nos casos confirmados. O teste rápido desenvolvido pela UFSJ representa um avanço significativo no diagnóstico precoce da doença, proporcionando um acesso mais facilitado à testagem e ao tratamento adequado.
A pesquisa continua avançando e sendo motivo de orgulho para todos os envolvidos, pois representa uma oportunidade de melhorar a qualidade de vida das pessoas e contribuir para o avanço da ciência. O pesquisador Carlos Resende, doutorando em biotecnologia, destaca a importância de levar os avanços científicos da academia para a população, destacando o papel fundamental da ciência em ajudar e contribuir para o bem-estar social. O desenvolvimento desse teste rápido na UFSJ é um exemplo do potencial transformador da pesquisa científica na área da saúde.