“Um golpe dentro do golpe com a intenção de tirá-lo das eleições em que é favorito”, diz Lula em carta

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou, na última  sexta-feira (27), uma carta para que fosse lida neste sábado (28), durante a convenção estadual do partido na capital paulista. No texto, o petista diz que houve “um golpe dentro do golpe com a intenção de tirá-lo das eleições em que é favorito”.

No documento, o petista diz que há representantes do atual governo federal que articularam seu afastamento, mas “não são dignos”. “Não nos representam e não conseguirão nos derrotar”, destacou aos militantes. Lula reforçou a inexistência de provas em sua condenação.

Em seguida, a carta diz que, no dia de hoje, o foco é São Paulo, Estado em que “também estão profundamente fincadas as raízes do PT”. Ao final, o petista reforçou as candidaturas do ex-prefeito de São Bernardo do Campo Luiz Luiz Marinho, ao governo estadual, além de Gilmar Tato e Eduardo Suplicy, ao Senado. “Venceremos com Marinho, Gilmar Tato, Suplicy e a força do povo”.

Mesmo preso e condenado na Lava Jato, Lula deve ser oficializado como candidato ao Planalto no dia 4 de agosto, em encontro nacional do PT na capital paulista. O partido organiza um evento com a militância para registrar a candidatura do ex-presidente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, no próximo dia 15.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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