Press "Enter" to skip to content

Uma semana após vídeo com crianças marchando com armas, diretora perde função e volta para sala de aula

Última atualização 06/09/2022 | 14:11

Após a polêmica envolvendo crianças marchando com réplicas de fuzis, a diretora do colégio municipal de Padre Bernardo, no interior de Goiás, onde ocorreu o registro da atividade, foi exonerada da função e retornou para a sala de aula como professora. O caso deve ser apurado a pedido da Defensoria Pública de Goiás. A prefeitura justificou que a servidora não apresentou projeto fundamentando a atividade de Guarda Mirim. 

A medida ocorre uma semana após críticas de que as aulas incentivam a violência. Nas imagens, seis crianças aparecem marchando com o simulacro de arma sob a orientação de um instrutor fardado, Hélio Pinto, de 65 anos, que seria sargento aposentado da Aeronáutica. Ele se defende afirmando que o equipamento tem conotação apenas cerimonial e pode estimular os jovens a atuarem nas Forças Armadas ou polícia.

Em ofício encaminhado às secretarias Estadual de Educação (SEE) e Municipal de Educação de Padre Bernardo, a Defensoria pede que o idealizador e quem se omitiu durante as gravações precisam ter as responsabilidades apuradas. O documento pede ainda esclarecimentos sobre treinamento pedagógico sobre uso de armas de fogo em escolas e por menores de idade.

O uso das armas não teria sido informado à prefeitura nem para a SEE . Por meio de nota, a pasta informou que não autorizou o projeto nas dependências da unidade de ensino pública, que abriu um processo administrativo disciplinar (PAD) e incentiva ações de promoção da paz. 

O Guarda Mirim estaria ocorrendo desde março deste ano com encontros aos domingos à tarde e seria semelhante ao modelo que teria sido implementado na cidade de Trombas, também em Goiás, em 1992, por Hélio. De acordo com ele, a proposta é promover a “honestidade, patriotismo, educação militar, respeito à bandeira, civismo combate contra incêndio, primeiros-socorros, segurança e cuidados domésticos”.

Em nota ao Metrópoles, a prefeitura ressaltou que um instrutor do projeto esteve no gabinete do prefeito solicitando apoio para realizar as atividades, mas foi informado de que teria de apresentar o Projeto da Guarda Mirim juntamente com um plano de trabalho. Segundo a prefeitura, os documentos não foram entregues.