União Europeia proíbe glitter e microplásticos em produtos a partir deste domingo

A União Europeia tomará uma medida drástica para combater a poluição por microplásticos. A partir deste domingo, 15, será proibido o uso de glitter e outros materiais contendo substâncias químicas prejudiciais para o meio ambiente. A medida, que visa limitar a dispersão de microplásticos em pelo menos 30% até 2030, afetará produtos como cosméticos e certos detergentes de lavar roupa que contêm essas minúsculas partículas de plástico.

Famoso por seu brilho, o glitter é feito de polímeros e alumínio e se tornou um dos principais vilões da poluição por microplásticos nos oceanos. De acordo com um estudo publicado por pesquisadores brasileiros na revista Aquatic Toxicology, cerca de oito milhões de toneladas de glitter e outros microplásticos poluem as águas, prejudicando a vida marinha e o ecossistema aquático.

A proibição, de acordo com o jornal italiano La Reppublica, gerou um aumento nas vendas de glitter, à medida que as pessoas correm para garantir seus suprimentos antes da proibição entrar em vigor. O ex-participante do Big Brother Alemanha, Sam Dylan, relatou em suas redes sociais que adquiriu 82 pacotes de glitter, gastando 180 euros (cerca de R$ 964), tudo o que conseguiu encontrar nas lojas.

“Ouvi falar da proibição durante uma gravação de TV onde usamos glitter. Estou realmente chocado com isso. No meu mundo tudo tem que brilhar”, comentou a celebridade alemã.

Os microplásticos, incluindo o glitter, representam bilhões de euros em vendas anuais para a indústria e empresas de cosméticos na Europa. No entanto, a crescente conscientização sobre o impacto ambiental dessas partículas minúsculas levou à decisão de proibir o seu uso, em linha com as metas de proteção ambiental da União Europeia. A estimativa é que anualmente sejam utilizadas 42 mil toneladas de microplásticos em produtos na região.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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