Unidades prisionais de Pires do Rio e Orizona recebem oficinas de leitura

Realizado em parceria com a Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP), o Projeto Tessituras – tecendo a vida, narrativas e livros: a materialização da leitura e do corpo do cárceredo Instituto Federal Goiano, leva oficinas de leitura para 35 reeducandos da Unidade Prisional Regional de Pires do Rio.

O Tessituras tem como objetivo resgatar a dimensão do ser humano em todos os âmbitos, visando à ressocialização efetiva, prevenindo o crime e orientando o retorno à convivência em sociedade. Os reeducandos têm acesso a livros e textos dos clássicos da literatura que levantam reflexões sobre trabalho, honestidade e vida em sociedade, entre outros.

“Nosso intuito é redimensionar nossas práticas pedagógicas visando à transformação social”, explica a professora Leonice de Andrade, uma das coordenadoras do projeto.

Iniciado no primeiro semestre deste ano, o projeto, que tem parceria do Ministério Público, abrange apenados do módulo de respeito, onde estão os presos de bom comportamento, no final do cumprimento de suas penas no regime fechado e também trabalham na unidade. O projeto é realizado a cada 15 dias e já conseguiu mudanças significativas no comportamento dos custodiados.

Um reeducando de 38 anos da UPR, que deixa o regime fechado no início de 2026, disse que o projeto mudou sua vida.

“A leitura me colocou num caminho que vou sair daqui melhor do que entrei. Inclusive, já estou fazendo o EJA (Ensino de Jovens e Adultos) do Ensino Fundamental. E pretendo aprender mais! Hoje, já penso até em fazer um curso superior. Quando estava na rua, nunca pensava em estudar. Esse projeto abre a mente da gente para querer aprender mais, para aprender a mudar de vida. O estudo tem a capacidade de melhorar a nossa vida”, revela.

Outro reeducando, de 34 anos, que deve deixar o regime fechado em agosto deste ano, fala sobre as reflexões proporcionadas pela leitura.

“Os livros me fizeram refletir melhor sobre a importância da família, especialmente das mães, tudo que elas passam pelos filhos. Lembrei da minha mãe, o quanto ela foi sofrida (faleceu na Covid). Precisamos respeitar demais as mulheres, especialmente as mães. Garanto que sou outra pessoa hoje”, afirma.

Com o sucesso do Tessituras em Pires do Rio, o projeto também foi implementado na Unidade Prisional Regional Feminina de Orizona, onde 50 reeeducandas participam da primeira fase do projeto de extensão.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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