Concorrência: Unimed descredencia Hospital Jardim América

Pacientes que possuem o plano de saúde da Unimed Goiânia não podem mais realizar consultas e procedimentos no Hospital Jardim América. A seguradora de saúde descredenciou o hospital. Na carta na qual informa o rompimento do vínculo, a Unimed não justifica os motivos pelos quais a parceria acabou. Com isso, o hospital estima que cerca de 40 mil pessoas poderão ser prejudicadas.

A aposentada Edna Viana, 61 anos foi uma das pessoas que tiveram consultas negadas pelo fato do descredenciamento. “Eu tenho a Unimed desde 2010 e costumava ir no Jardim América. Quando fui fazer meus exames de rotina, no começo de abril, o Hospital me informou que não poderia me atender pela Unimed porque ela havia descredenciado o hospital”.

Edna afirma que agora vai ter que procurar um outro hospital para poder realizar seus exames. “Agora que me deslocar para outro setor. Moro próximo ao Hospital, é um ótimo local, excelentes profissionais, pessoal educado. Seria bom se a Unimed voltasse com o convênio para o Hospital. Não falo só por mim, falo por outras pessoas que frequentam o local”.

Concorrência

Adriana Rosa, gerente administrativa do hospital, informou que em 2004 a Unimed e o Hospital Jardim América estiveram em lados opostos em um processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). O motivo seria a criação do plano de Saúde do próprio hospital.

O América Plano de Saúde começou suas atividades em 2003. A tese utilizada pela defesa do hospital na época do processo, foi que a Unimed quis inibir a formação de um novo concorrente. A causa foi ganha pelo Jardim América e hoje, aproximadamente 100 mil pessoas estão conveniadas.

Os pacientes

Os pacientes internados possuem direito de serem cobertos pelo plano da Unimed Goiânia. Porém os que estiverem em tratamento ambulatorial não terão mais direito. A direção do Hospital Jardim América declarou que lamenta o ocorrido e que está aberta a negociações com a Unimed para satisfazer o desejo dos pacientes. O Diário do Estado tentou entrar em contato com a assessoria da Unimed, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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