Unimed Ferj em crise: Clínica de fisioterapia suspende atendimento de crianças com deficiência

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Clínica de fisioterapia para crianças com deficiência alega calote da Unimed Ferj e anuncia suspensão de atendimento

A clínica afirma que a suspensão foi motivada pela falta de repasses da Unimed Ferj, que acumularia meses de débitos. A operadora, por sua vez, nega vínculo contratual com a unidade e cita uma disputa judicial em andamento. Pais temem retrocesso em tratamentos.

Crise na Unimed Ferj: clínica suspende terapias para 120 crianças

Uma clínica de fisioterapia localizada em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, anunciou que vai suspender o atendimento de cerca de 120 crianças com deficiência a partir do dia 16 de setembro. De acordo com a direção da unidade, a medida foi tomada por conta da falta de repasses por parte da Unimed Ferj, que, segundo a clínica, acumula meses de débitos.

Em nota, a Unimed Ferj negou ter contrato com a clínica e afirmou que há uma disputa judicial em andamento relacionada ao caso. O comunicado da clínica Avanfisio foi enviado aos responsáveis em forma de nota:

“Devido ao saldo financeiro em aberto elevado da operadora Unimed Ferj, precisaremos suspender a grade de atendimento a partir de 16 de setembro.”

O caso gerou preocupação entre as famílias, que relatam o impacto da interrupção dos tratamentos no desenvolvimento das crianças, muitas delas autistas ou com paralisia cerebral.

Andréia Lima, mãe do Miguel, disse:

“O que vai ser do meu filho se ele não vai ter uma terapia, não vai ter uma fono pra estimular a comunicação dele? Ele não vai ter uma psicóloga porque meu filho é nível três de suporte, ele precisa da psicóloga comportamental que acompanha ele.”

Caroline dos Santos, mãe do João Victor, também disse estar preocupada com o futuro do filho:

“Quando o Joao Victor, por algum motivo se ausenta, fica internado, a gente já sente a diferença em dias. Essa suspensão na totalidade dele vai ser completamente prejudicial para a saúde dele. Ele tem muitos avanços fazendo o tratamento certinho na clínica, e eu não consigo mensurar o meu desespero com essa informação de que dia 16 ele não vai ter mais a atividade ele.”

Já Aline Nascimento, mãe do Noah, que tem nível 3 de autismo, disse que a situação é considerada vergonhosa:

“Meu filho é autista nível 3 e corre o risco de perder os terapeutas dele porque a Unimed não está fazendo repasse para a clínica. É vergonhoso o que está acontecendo.”

Priscila Jesus, mãe do Lorran, falou que considera a situação absurda, uma vez que paga o plano em dia:

“O meu filho pode voltar a ficar sem andar, pode voltar a ficar sem mastigar, meu filho pode ter muitos prejuízos e não aceito isso. A Unimed tem que pagar o que deve.”

A clínica afirma que desde o ano passado tenta negociar com a operadora, mas não teve sucesso. Em nota, a Unimed Ferj declarou que não possui contrato com a clínica Avanfisio e que não há débitos em aberto. A operadora disse ainda que existe uma ação judicial em andamento, onde são discutidos valores, condições e serviços prestados. A contestação deixou os responsáveis ainda mais apreensivos. Até a última atualização desta reportagem, não houve esclarecimento da Unimed Ferj sobre como os atendimentos eram realizados anteriormente.

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