Testemunha de confusão na UniRio diz que jovem baleado mantinha um ‘relacionamento abusivo’ com estudante
Segundo a PM, policiais foram socorrer uma mulher agredida pelo ex-companheiro, que tentou tomar a arma de um agente quando levou um tiro de ‘contenção’. Agressor está interno em estado grave.
Suspeito de agredir a ex é baleado ao tentar tirar arma de PM
Suspeito de agredir a ex é baleado ao tentar tirar arma de PM
O universitário baleado dentro do campus da UniRio, na Urca, Zona Sul do Rio, na tarde desta quarta-feira (19), após tentar tomar a
arma de um policial militar, mantinha um comportamento violento com a ex-companheira, segundo colegas.
De acordo com a UniRio, o agressor está internado em estado grave.
Uma aluna da unidade contou que o suspeito vivia um relacionamento abusivo com a ex, que também estuda no local. A universitária lembrou ainda que a mulher já havia sido agredida outras vezes no local. Nesta quarta, a vítima foi agredida no Centro de Letras e Artes (CLA) e a PM precisou ser acionada.
“Foi muito tempo de relacionamento abusivo. As pessoas tinham conhecimento (das agressões). Ele foi agressivo outras vezes, não foi a primeira vez. Mas dessa vez foi em público e teve uma reação por parte da polícia”, disse uma aluna que conhece o casal.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram dois PMs em luta corporal com um homem, numa área externa da universidade, quando um terceiro PM chega. Em seguida, é possível ouvir um disparo e uma gritaria.
“A pessoa que foi baleada estava alterada, brigou com essa ex dele, e eles tiveram essa discussão no jardim. Ele a agrediu e isso estava todo mundo vendo, até que apartaram a briga. Quando a polícia chegou, também tentou conter ele. E ele brigou com os policiais, até fisicamente. Quando a arma do policial caiu, ele tentou pegar e depois ele foi baleado”, afirmou a testemunha.
Segundo a assessoria de imprensa da PM, policiais do 2º BPM (Botafogo) foram chamados para conter um homem que agredia a sua ex-companheira.
“No local, durante a intervenção dos agentes, o agressor tentou tomar a arma de um dos militares, vindo a ser atingido por um disparo de contenção”, diz a nota.
O baleado foi levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, onde, segundo a PM, está estável. A mulher agredida foi encaminhada à 10ª DP (Botafogo), para registrar o caso.
“Cabe ressaltar que os agentes envolvidos na ocorrência utilizavam cops [câmeras corporais], que serão analisadas pela Corregedoria Geral da Polícia Militar”, acrescenta a nota.
Em nota, a universidade lamentou aquilo que ela classificou de “gravíssimo incidente”. A instituição afirmou ainda que “condena qualquer violência, particularmente a agressão contra uma mulher, e se solidariza com a estudante”.
A UniRio informou que “tomará as devidas providências internas, administrativas e disciplinares, que se fizerem necessárias a partir da apuração dos fatos”.
Veja a nota da UniRio:
“A UNIRIO lamenta profundamente o gravíssimo incidente ocorrido no Centro de Letras e Artes (CLA) no dia de hoje, 19/02. Segundo relatos de pessoas presentes, um discente da Universidade teria agredido uma colega e, na impossibilidade de contê-lo, alguém comunicou a Policia Militar. Conforme amplamente repercutido, os policiais se envolveram em confronto com o estudante e, na confusão, um tiro o atingiu. Ele foi levado ao hospital e se encontra em estado grave.
A Universidade condena qualquer violência, e particularmente a agressão contra uma mulher, e se solidariza com a estudante. Em paralelo, a UNIRIO manifesta sua preocupação com o discente e espera que ele se restabeleça plenamente. Segundo informações da direção do Hospital Miguel Couto, o estudante será submetido a abordagem cirúrgica. A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) e a Reitoria passaram o dia acompanhando o caso de perto e entraram em contato com os familiares de ambos.
Cabe à Polícia Militar a preservação da ordem pública, e é sua atribuição agir no caso de crimes comuns, como agressão, ocorridos dentro do campus. Entretanto, a UNIRIO espera que a Polícia Civil investigue o ocorrido, de modo a saber se houve excesso na conduta dos policiais. pois foi desferido um tiro no suposto agressor.
A Universidade tomará as devidas providências internas, administrativas e disciplinares, que se fizerem necessárias a partir da apuração dos fatos.