O ex-governador de Goiás foi preso na tarde desta quarta-feira (10), enquanto prestava depoimento a Polícia Federal a respeito da operação Cash Delivery, que investigou repasses de valores indevidos pela Odebrecht nas campanhas estaduais de 2010 e 2014, deflagrada no último dia 28. As investigações são fruto de delações premiadas da Odebrecht.
Executivos da empresa afirmaram ter repassado R$ 12 milhões para campanhas de Marconi em 2010 e 2014, em troca de favores no governo. Para a PF, o ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) Jayme Rincón era quem recebia os recursos em nome de Perillo, que é apontado como chefe do esquema. No dia 28 de setembro, além de checar endereços do tucano, agentes também prenderam Jayme Rincon, coordenador de campanha do governador derrotado nas eleições deste ano, José Eliton (PSDB). Rincón foi colocado em liberdade na sexta-feira (5), por decisão do desembargador federal Cândido Ribeiro.
De acordo com a PF, ele está preso temporariamente e não existe previsão de soltura. O Tribunal Regional da Primeira Região de Brasília que pode solta-lo ou manter a decisão do Juiz de Goiás.
Em nota a defesa de Maconi afirma estar “perplexa e indignada com o decreto de prisão na data de hoje” e que o ex-governador recebeu o decreto de prisão quando ainda começava seu depoimento.
Confira a íntegra da nota enviada para a imprensa:
“A Defesa de Marconi Perillo, perplexa, vem registrar a completa indignação com o decreto de prisão na data de hoje. O Tribunal Regional da Primeira Região já concedeu 2 liminares para determinar a liberdade de duas outras pessoas presas nessa mesma operação, através de decisões de 2 ilustres Desembargadores.
O novo decreto de prisão é praticamente um “copia e cola” de outra decisão de prisão já revogada por determinação do TRF 1. Não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex Governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento.
Na visão da defesa, esta nova prisão constitui uma forma de descumprimento indireto dos fundamentos das decisões de liberdade concedidas a outros investigados. A Defesa acredita no Poder Judiciário e reitera que uma prisão por fatos supostamente ocorridos em 2010 e 2014, na palavra isolada dos delatores, afronta pacífica jurisprudência do Supremo, que não admite prisão por fatos que não tenham contemporaneidade.
Marconi Perillo recebeu o decreto de prisão quando estava iniciando o seu depoimento no departamento de Polícia Federal e optou por manter o depoimento por ser o principal interessado no esclarecimento dos fatos “.