Usar branco, pular sete ondas… conheça as origens das tradições de Ano Novo

A virada do ano é marcada por diversos rituais, das mais diversas tradições, como forma de dar as boas-vindas e começar em alto astral o novo ciclo que se inicia. Tal prática e sua origem se perde ao longo da história da humanidade e, ao longo de milênios, foi ganhando novas versões. No Brasil, alguns costumes viraram tradição, como usar branco e pular sete ondas na noite do dia 31 de dezembro para 1° de janeiro.

Aliás, esse é um parâmetro que nem sempre prevaleceu. A revolução veio em 1582, com a introdução do calendário gregoriano, pelo Papa Gregório 13, fixando o 1º de janeiro como o ponto de partida do novo ano no Ocidente. Entretanto, civilizações mais antiga se pautavam no início da colheita. Muçulmanos, judeus, budistas e diversas outras culturas, a passagem para o novo ciclo é celebrada de maneiras únicas.

Até mesmo o termo “Réveillon” é algo relativamente recente, com surgimento no século 17 na França, inicialmente descrevia festas noturnas da nobreza. Com o declínio dessa classe, a palavra adaptou-se à véspera de Ano Novo, derivando do verbo francês “acordar”.

No Brasil, a nobreza também adotou o Réveillon, mas o sincretismo religioso peculiar do país moldou as celebrações com novos personagens, costumes e comidas. Neste contexto, é preciso destacar a grande contribuição das religiões de matriz africana, que mesmo com sua riqueza de simbolismos e adesão popular, é alvo de intolerância em outras ocasiões, com volta da perseguição às religiões afro-brasileiras com a hostilização desses rituais.

Ondas e Tradições

As praias brasileiras são grandes palcos de festas para receber o novo ano. Uma das festas mais exuberantes nesta data é justamente nas areias da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, que atrai multidões todos anos para ver de perto a queima de fogos.

Esta relação do brasileiro com o litoral durante o Réveillon transcende as fronteiras das tradições religiosas. Isso se deve à popularização da figura de Iemanjá no Brasil, especialmente nas décadas de 1950 e 1960, levou a sua celebração para as praias da famosa Zona Sul do Rio de Janeiro, ganhando visibilidade nacional.

Originária da Nigéria, incorporada pelo candomblé e umbanda no Brasil, Iemanjá é reverenciada com oferendas e rituais para atrair boas energias. A umbanda, nascida no Brasil após a perseguição aos rituais africanos, trouxe uma nova interpretação de Iemanjá, uma “vênus cabocla” com traços mesclados da cultura nacional. À beira-mar, as praias brasileiras ganham vida durante o Réveillon com seguidores da “Rainha do Mar”.

No Réveillon, as praias testemunham não apenas a celebração do novo ano, mas também a complexa interação entre tradições, espiritualidade e os desafios enfrentados por práticas culturais profundamente enraizadas. Com a organização de shows pirotécnicos e patrocínios milionários nas praias cariocas, os rituais têm sido banidos para locais mais remotos.

Cor da noite

A tradição de usar branco na festa de Ano Novo, tão marcante no Brasil, tem suas raízes na década de 1970, quando praticantes do candomblé escolheram a praia de Copacabana como cenário para suas oferendas. A beleza do ritual não passou despercebida pelos que passavam pela praia, resultando na adoção generalizada do branco como vestimenta durante as celebrações.

A prática de pular sete ondas na virada do ano também se tornou uma tradição ligada à umbanda e ao culto a Iemanjá. O número sete, cabalístico na umbanda, representa Exu, filho de Iemanjá, e está conectado às Sete Linhas de Umbanda, uma organização dos espíritos sob o comando de um orixá. Cada salto, portanto, simboliza um pedido direcionado a um orixá diferente.

 

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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