Usuário do Ifood que ofendeu entregador não estava em Goiás

As mensagens racistas enviadas pelo aplicativo Ifood a uma sanduicheria de Goiânia no dia 25 de outubro foram encaminhadas por um perfil falso, que não estava em Goiás. Segundo a Polícia Civil, o perfil do usuário que ofendeu o entregador Elson Oliveira Santos, de 39 anos, havia sido criado minutos antes do envio das mensagens de cunho racista.

No dia do crime, a suposta cliente se recusou a ser atendida por Elson. Com isso, ela enviou mensagens ao restaurante afirmando que ele não entraria no condomínio e pedindo que outro entregador, que fosse branco, levasse o pedido até ela.

Agora, dois meses após o ocorrido, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC) descobriu que a pessoa responsável pelas mensagens estava em outro estado no momento do crime. Além disso, o nome de usuário, endereço, documentos e dados de e-mail eram falsos.

Segundo informações policiais, o CPF informado na conta pertence a uma criança de três anos e o telefone fixo cadastrado não existe nos sistemas telefônicos. A Polícia ainda trabalha para descobrir quem é o autor das mensagens.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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