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Vacina da UFMG contra a dependência de cocaína e crack, Calixcoca vence prêmio

Última atualização 20/10/2023 | 14:51

A inovadora vacina Calixcoca, desenvolvida pela equipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi reconhecida com o Prêmio Euro Inovação na Saúde. A cerimônia de entrega aconteceu na noite desta quarta-feira em São Paulo, premiando a pesquisa que busca combater a dependência de cocaína e crack. O prêmio, organizado pela multinacional farmacêutica Eurofarma, concedeu à UFMG um prêmio no valor de 500 mil euros, equivalente a cerca de R$ 2,6 milhões.

A premiação reconhece a excelência da pesquisa liderada pelo coordenador da equipe, o professor Frederico Garcia, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina. Em seu discurso, o professor agradeceu à sociedade brasileira pelo apoio à campanha e ressaltou a importância de desenvolver ciência na América Latina.

A Calixcoca foi a mais votada por médicos de 17 países, superando outras 11 iniciativas inovadoras na área da saúde desenvolvidas na América Latina. Entre as premiadas na categoria Inovação em terapias, também estava a SpiN-Tec, uma vacina contra a covid-19 desenvolvida na UFMG.

Para a continuidade do projeto, a Calixcoca conta com financiamento dos governos federal e de Minas Gerais, além de verbas de emendas parlamentares. O apoio governamental é essencial para prosseguir com os testes da vacina, e os pesquisadores já apresentaram o projeto ao Ministro da Educação, Camilo Santana, em busca de novos aportes.

Em julho, o secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, anunciou um aporte de R$ 10 milhões no projeto. Além disso, a UFMG está empenhada em proteger a tecnologia nacional e internacionalmente, buscando parceiros para licenciá-la através da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT).

Como funciona

A vacina Calixcoca desenvolvida pela UFMG atua estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos que se ligam à cocaína na corrente sanguínea. Essa ligação transforma a droga em uma molécula grande, impedindo-a de atravessar a barreira hematoencefálica.

O projeto já passou por etapas pré-clínicas, demonstrando segurança e eficácia no tratamento da dependência de crack e cocaína, bem como na prevenção de consequências obstétricas e fetais da exposição às drogas durante a gravidez em animais.

O professor Frederico Garcia enfatizou o compromisso da equipe com os pacientes que enfrentam a dependência química e destacou a importância de cuidar das questões relacionadas a essa problemática.