Sequestrador de Wellington Camargo e um dos assassinos do prefeito de Monte Alegre vão a júri

júri

O Ministério Público de Goiás (MPGO), por intermédio da Promotoria de Justiça de Campos Belos, denunciou Antônio Pereira Damasceno, conhecido por Toinho, José Roberto Pinheiro Macedo, o Zé de Filó, Floriano Barbo Rodrigues Neto e Luiz Carlos Medeiros, o Galego, pelo assassinato, em 1999, do então prefeito de Monte Alegre de Goiás, José da Silva Almeida.

Todos os réus respondem pelos crimes previstos no artigo 121 (homicídio), parágrafo 2º, incisos I (crime cometido mediante paga ou promessa de recompensa) e IV (praticado à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima). Houve mudança de foro do julgamento, em 2016, por suspeita de quebra de imparcialidade do corpo de jurados.

Crime ocorreu em 1999 e teria motivação política

O crime, de acordo com a denúncia do promotor de Justiça Jesi de Moura, ocorreu em 25 de agosto de 1999, em Monte Alegre de Goiás. Antônio Pereira Damasceno, então vice-prefeito do município, foi denunciado como mandante do crime. Ele estaria rompido politicamente com a vítima e, com a sua morte, tinha a perspectiva de assumir a chefia do Poder Executivo.

Conforme a denúncia, José Roberto Pinheiro Macedo, que fora servidor público na administração de José de Almeida, havia sido demitido do cargo e associou-se a Antônio Pereira Damasceno. De acordo com o MPGO, ele foi o responsável por agenciar a contratação e o transporte dos pistoleiros para a cidade.

Floriano Barbo Rodrigues Neto, que também havia sido demitido do cargo que ocupava meses antes do crime, era policial civil na cidade e auxiliou na empreitada, emprestando seu veículo para que José Roberto levasse mantimentos aos pistoleiros. Ele, mesmo sabendo que o crime ocorreria, permaneceu em silêncio, descumprindo, de acordo com a denúncia, seu dever como agente de segurança pública.

Luiz Carlos Medeiros, que, na época, era conhecido assaltante e sequestrador – ele participou do sequestro de Wellington Camargo, irmão dos cantores sertanejos Zezé di Camargo e Luciano – foi um dos três pistoleiros contratados para cometer o homicídio. De acordo com a denúncia, foi prometido pagamento para executar o crime, bem como informações sobre transporte de dinheiro para as prefeituras da região.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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