Valparaíso tem que vacinar crianças acompanhadas de qualquer adulto próximo

A Justiça determinou que Valparaíso de Goiás não exija a presença de pais ou responsável legal para vacinar crianças, de 5 a 11 anos de idade, contra a Covid-19. O único critério é que estejam acompanhadas de qualquer pessoa maior de idade com vínculo próximo, ainda que não seja parente. A decisão vai contra a regra imposta pela secretária de Saúde do município, Rosângela Palácio.

Segundo o Ministério Público de Goiás (MP), o Conselho Tutelar de Valparaíso informou que algumas crianças tiveram o direito à saúde violado por uma ordem da secretária, determinando que a vacinação só fosse autorizada caso a criança estivesse acompanhada do pai, mãe ou responsável legal. Ainda segundo o MP, o Conselho Tutelar chegou a advertir que a regra ia contra direitos das crianças e adolescentes, mas a secretária manteve sua posição.

A Justiça deferiu o pedido de liminar do Ministério Público de Goiás (MPGO) em mandado de segurança coletiva contra a secretária de Saúde. O pedido foi impetrado pelo promotor de Justiça Daniel Naiff da Fonseca.

“Tal restrição de acesso a instrumento ou política pública de saúde de crianças e adolescentes não encontra respaldo no Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente”, pontuou o promotor no mandado de segurança.

Com a decisão da Justiça, em caso de descumprimento da decisão a secretária receberá multa pessoal de R$ 1 mil, que deverá ser revertida ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

A reportagem entrou em contato com o Conselho Tutelar de Valparaíso solicitando entrevista na manhã desta sexta-feira (25), mas não foi atendido. O DE também pediu posicionamento da prefeitura do município, mas até o fechamento da reportagem não recebeu uma posição.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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