Vandalismo em terreiro religioso: Intolerância religiosa preocupa no Norte Fluminense

Terreiro religioso é alvo de vandalismo em São João da Barra, no Norte Fluminense

No último dia 22, o terreiro de Candomblé e Umbanda ‘Tenda Mata Verde João da Mata’, localizado em São João da Barra, no Norte Fluminense, foi invadido e vandalizado. Os criminosos destruíram símbolos e imagens religiosas, além de furtarem objetos do local. A ação criminosa foi denunciada pela direção do espaço religioso em uma rede social, onde foram compartilhadas imagens que mostram estátuas depredadas, tecidos rasgados e parte da cobertura danificada.

O sacerdote, Pai Victor de Exu, lamentou o ocorrido e afirmou que a intenção dos invasores foi provocar insegurança e desrespeito à comunidade. Ele destacou que o ataque foi motivado por preconceito religioso e ressaltou a importância de continuar com a missão de cultuar a ancestralidade, mesmo diante de atos de intolerância e violência.

O caso foi registrado na polícia, que abriu um inquérito para apurar a autoria dos crimes. Pai Victor de Exu também anunciou planos de instalar câmeras de segurança para evitar novas ações de vandalismo no terreiro. A intolerância religiosa é crime segundo a Lei nº 7.716/1989, que prevê pena de reclusão de um a três anos e multa para os responsáveis por discriminação ou preconceito religioso.

Dados de uma pesquisa realizada durante a 17ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa indicam que quase metade dos entrevistados já foi vítima de intolerância religiosa no estado do Rio de Janeiro. As formas mais comuns relatadas incluem agressões verbais, psicológicas, exclusão social, agressão física e destruição de objetos religiosos. O aumento de ataques a templos e terreiros preocupa especialistas, que apontam a necessidade de mais registros nas delegacias para identificação e punição dos responsáveis.

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa sugere o diálogo entre lideranças religiosas, a educação nas escolas sobre diversidade religiosa e o fortalecimento das leis contra a intolerância como formas de combater esse tipo de crime. Dados do Instituto de Segurança Pública do RJ mostram que, no primeiro semestre deste ano, houve diversos casos de discriminação por preconceito de raça, cor, religião, etnia, orientação sexual e deficiência.

É fundamental conscientizar a população sobre a importância do respeito às diferentes crenças e promover ações de combate à intolerância religiosa. A proteção dos espaços de culto e a punição dos responsáveis por atos de vandalismo são passos essenciais para garantir a liberdade religiosa e a harmonia entre os diversos segmentos da sociedade.

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Investigação completa sobre o assassinato da policial Vaneza Lobão: um ano de saudade e luta por justiça.

Recentemente, a morte da policial Vaneza Lobão completou um ano, trazendo à tona não só a dor da perda, mas também a busca por respostas sobre as circunstâncias que levaram a esse trágico desfecho. Vaneza foi assassinada com cinco tiros de fuzil e de pistola, após ser perseguida pelo executor por 15 metros, mesmo após render-se. Sua irmã, em um emocionante desabafo nas redes sociais, revelou o quanto o luto tem sido cruel e a saudade é avassaladora.

Desde o fatídico dia 24 de novembro de 2023, a família e amigos de Vaneza têm lutado para lidar com a ausência da policial, cuja presença era marcante e inesquecível. Para a irmã de Vaneza, a dor de perder alguém que se ama é insuportável, e a saudade a acompanha diariamente, tornando cada lembrança um lembrete doloroso da perda irreparável. A vida se transforma, e cada dia sobrevivido é uma vitória sobre a dor e a saudade.

A investigação sobre a morte de Vaneza revelou que os disparos que tiraram sua vida foram feitos com munição desviada da própria PM do Rio de Janeiro. Cartuchos de pistola, integrantes de um lote adquirido pela Polícia Militar em 2009, foram usados no assassinato da policial, apontando para uma grave falha de segurança interna. A investigação aponta que a munição foi desviada do 31º BPM ao longo de vários anos, levantando suspeitas sobre policiais ligados à unidade.

Os suspeitos do crime, outros policiais que passaram pelo batalhão, foram presos temporariamente em fevereiro, mas um deles foi liberado após alegar motivos ligados ao exercício de suas funções. A Polícia Civil continua investigando o caso, que além do desvio de munição, revelou uma vigilância constante sobre Vaneza por parte dos suspeitos. Pesquisas sobre a policial foram feitas repetidamente, indicando um monitoramento intenso que culminou no trágico desfecho.

A vida de Vaneza foi interrompida de forma brutal, mas seu legado e memória permanecem vivos naqueles que a amavam. A justiça segue em busca de respostas e punição para os responsáveis por sua morte, enquanto a família e amigos buscam consolo e forças para seguir em frente. A perda de Vaneza deixou uma ferida profunda, mas também despertou a necessidade de ações concretas para evitar que tragédias como essa se repitam. O Diário do Estado segue acompanhando o desdobramento desse caso, em busca de justiça e paz para Vaneza e sua família.

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