Vandalismo: Brasília sofre intervenção federal e Secretário de Segurança do DF é exonerado

A demora do governo do Distrito Federal em agir durante a invasão de prédios sede dos três Poderes resultou na intervenção federal e na exoneração do secretário de segurança local Anderson Torres. A atuação da União foi oficializado por Lula em um discurso no início da noite deste domingo, 08. Mais cedo, o líder do governo no Congresso federal, Randolfe Rodrigues, e a presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, haviam feito o pedido na Procuradoria-geral da República (PGR) devido ao risco de mais conflitos. Na prática,  a segurança pública da capital federal passa temporariamente a ser responsabilidade da União.

“Uma barbárie. Aquelas pessoas que chamamos de fascistas fanáticos como vândalos destruíram o que encontraram pela frente. Todas essas pessoas serão encontradas e punidas. Eles vão perceber que a democracia garante direito de liberdade, de comunicação, mas exige respeito às instituições. Fizeram o que nunca foi feito na história desse País. A democracia já teve gente morta e desaparecida, mas nunca teve notícia de algum partido ou movimento da esquerda invadindo Congresso ou Planalto. Essa gente será punida. Vamos identificar os financiadores e todos pagarão com a força da lei por esse gesto de irresponsabilidade”, declarou Lula aos jornalistas.

O serviço de inteligência nacional já havia identificado a aglomeração planejada para este domingo, 08. A assessoria de imprensa do Senado informou que pediu reforço policial militar, mas foi ignorado. O Congresso foi saqueado e houve princípio de incêndio no local. Houve dez boletins de ocorrência por lesão corporal, dano, roubo e porte de arma branca, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal. As informações são de que o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e agora ex-secretário de segurança pública do DF, Anderson Torres, está em viagem aos Estados Unidos.

Bastante criticado, o governador do DF, Ibaneis Rocha, se defendeu mais cedo afirmando que a responsabilidade é do Exército, que, segundo ele, já deveria ter desmontado o acampamento dos bolsonaristas em Brasília.  Após a oficialização da intervenção federal, ele recrutou todo o efetivo policial de Brasília para contornar a situação. Um procedimento investigatório criminal foi  aberto pela PGR e um gabinete de crise nacional foi instituído. O ex-presidente Jair Bolsonaro não se manifestou sobre o assunto.

A tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal, integrantes do Exército e da Força Nacional começaram a chegar para retirar o público dos prédios públicos somente uma hora e meia depois do início da invasão, que começou por volta das 15h. No momento da ameaça, havia pouco efetivo policial na região, apesar de os bolsonaristas terem começado a concentração no dia anterior. A passeata do acampamento de manifestantes golpistas rumo à Esplanada dos Ministérios teve início no fim da manhã deste domingo. 

O caso se enquadra em uma das diversas hipóteses de intervenção do governo Federal, que ocorre quando a União assume alguma competência de um ente da federação. As possibilidades são previstas na Constituição por motivos de segurança, para coibir grave comprometimento da ordem pública, manter a integridade nacional, repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra, garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas Unidades da Federação, prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial e assegurar a observância de princípios constitucionais sensíveis.

Intervenção do Rio de Janeiro

Em 2018, diante do quadro de insegurança no Rio de Janeiro, o governo do estado pediu à União que decretasse intervenção federal na segurança pública regional. O apelo foi atendido em 16 de fevereiro de 2018, quando foi assinado o decreto que permitiu a medida. A partir disso, houve atuação na área de gestão, fornecendo as condições necessárias para um melhor funcionamento das secretarias intervencionadas. Em paralelo, operações ajudaram a restabelecer a segurança local. A atuação foi finalizada em dezembro do mesmo ano.

Verba federal

Somente em 2021, o governo do Distrito Federal recebeu quase 25 milhões em repasse do Ministério da Justiça para a segurança pública. O montante é relativamente o mesmo destinado a outros estados, proporcionalmente com população e  extensão territorial muito maiores.

Capitólio

O episódio ocorre dois anos após a invasão de eleitores da extrema direita de Donald Trump, que invadiram o Capitólio, a sede do Poder Legislativo nos Estados Unidos ao Congresso Nacional brasileiro. Os eleitores do empresário não reconheciam a eleição de Joe Biden e alegavam fraude na votação.

“O Gigante Acordou”

A última vez em que Brasília recebeu um protesto com tantas pessoas foi em 2013. Eles chegaram a subir nas cúpulas do Congresso Nacional. À época, o jargão “O Gigante Acordou” foi repercutido também em outras cidades brasileiras para expor a indignação por motivos aleatórios. O estopim, no entanto, foi o aumento do preço das passagens de ônibus.

 

Leia o decreto de intervenção federal no Distrito Federal:

 

 

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Quando desmontar a Árvore de Natal? Confira a data e motivo

O Natal é uma das festas mais celebradas no mundo cristão, marcada por enfeites, troca de presentes e tradições como a montagem da árvore de Natal. No entanto, quando chega o momento de desmontar a decoração, uma dúvida comum surge: qual é a data correta para dar fim ao clima natalino?

A tradição cristã estabelece o dia 6 de janeiro, conhecido como o Dia de Reis, como o fim do ciclo natalino. Este dia marca a visita dos três Reis Magos – Belchior, Gaspar e Baltazar – ao menino Jesus em Belém. Segundo o relato bíblico, os Magos foram guiados pela estrela de Belém e trouxeram presentes simbólicos para o recém-nascido: ouro, incenso e mirra. O Dia de Reis também é conhecido como Epifania, momento que, para a Igreja Católica, simboliza a revelação de Cristo ao mundo.

Em muitos países, o Dia de Reis é considerado o momento de desmontar a árvore e guardar os enfeites, mantendo o respeito à tradição religiosa e cultural que circunda o Natal. Essa prática está profundamente enraizada em diversas culturas, como na Espanha, onde as crianças recebem presentes dos Reis Magos, e no México, com a tradicional Rosca de Reyes, um pão doce em forma de coroa.

Práticas Diferentes

Embora o Dia de Reis seja a data tradicional para desmontar a árvore, algumas pessoas preferem fazê-lo antes, por questões de praticidade, especialmente devido ao retorno ao trabalho e à rotina. Outras, por outro lado, optam por manter a decoração até o dia 6 de janeiro, prolongando a sensação de festas e celebrando o encerramento do ciclo natalino.

Enquanto na tradição católica o Dia de Reis simboliza o fechamento das festividades, as religiões protestantes não possuem uma data fixa para desmontar a árvore de Natal. Nessas comunidades, o foco principal é o Natal e a Páscoa, sem a obrigação de seguir um calendário litúrgico para a retirada dos enfeites.

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