Uma vaquinha organizada pelo site Razões para Acreditar arrecadou mais de R$ 18 mil em cerca de uma hora para doar para o alpinista voluntário que participou do resgate do corpo da jovem Juliana Marins, no Monte Rinjani, na Indonésia.
Agam é alpinista e guia na Indonésia e foi quem alcançou o corpo de Juliana Marins e passou madrugada com ela. O guia e alpinista experiente Agam ganhou o coração dos brasileiros, que invadiram as redes sociais dele. A conta de Agam já tem mais de 1 milhão de seguidores.
Há dias os internautas pediam a conta bancária dele para realizar doações. No início, ele não quis passar e disse que fez tudo de coração, pois esse é o trabalho dele. Agam já atuou em diversos resgates. Dessa vez, ele e o guia Tyo se voluntariaram e foram por conta própria para o Monte.
“Essa vaquinha é um agradecimento. Um abraço do Brasil inteiro para um homem que fez o impossível — só para que uma família pudesse se despedir da filha”, afirma o texto da vaquinha. O texto ressalta a compaixão que Agam teve: ele passou uma madrugada inteira pendurado na rocha ao lado do corpo de Juliana, para evitar que ela deslizasse desfiladeiro abaixo e se perdesse novamente. Ele afirma que não sabe como não morreu de frio.
O alpinista que foi voluntário no resgate da jovem Juliana Marins, no Monte Rinjani, na Indonésia, disse que a equipe sabia que poderia morrer nas tentativas de buscar a brasileira. Agam abriu uma live no Instagram nesta quarta-feira (25) junto a uma indonésia que sabe falar português para traduzir suas mensagens para os brasileiros. Tyo publicou um vídeo que mostra como a equipe de resgate passou a noite no penhasco, próximo ao corpo de Juliana.
No início, ao se voluntariar para o resgate, Agam declarou que só sairia do local quando a jovem também saísse. Apesar de os socorristas não terem chegado a tempo de salvar a brasileira, por falta de equipamentos e condições do tempo, a iniciativa de montanhistas como ele, que se arriscaram por vontade própria e sem ganhar nada em troca, ficou de fora das críticas à estrutura sobre a demora no resgate. Ele ganhou o coração dos brasileiros, que invadiram as redes sociais dele agradecendo. Às 20h desta quarta, ele já tinha 800 mil seguidores.
O perfil criado pela irmã de Juliana para dar informações sobre o caso fez críticas às autoridades da Indonésia. O parque seguiu aberto mesmo depois do acidente. Desde fevereiro, Juliana fazia um mochilão pela Ásia, tendo passado por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia. Em publicação nas redes sociais, a irmã contou que Juliana fazia a trilha com um grupo e um guia local quando, no segundo dia, disse estar cansada. O guia teria sugerido que ela descansasse e seguiu sozinho até o cume, deixando Juliana para trás. Ainda de acordo com a irmã, a jovem ficou sozinha, entrou em desespero e acabou caindo. “Abandonaram Juliana”, afirmou.