Última atualização 29/07/2022 | 14:15
A primeira morte no Brasil causada por Monkeypox, conhecida popularmente como varíola dos macacos, reafirma a tese da Superintendente de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES), Divania França, de que a doença não pode ser ignorada. De acordo com ela, caso ocorra negligência por parte dos infectados, a transmissão do vírus deve ocorrer em larga escala, elevando ainda mais o número de contaminados no país e no estado.
Atualmente, Goiás já notificou 59 casos, sendo que 12 se confirmaram, 39 aguardam resultado do exame e um não foi possível realizar coleta de material para análise. Além disso, o estado monitora 32 pessoas com histórico de viagens para São Paulo, cidade considerada endêmica. Em 20 dias, o estado notificou um aumento de 550% no número de casos confirmados.
Apesar disso, a SES não acredita que possa ocorrer um colapso na rede de saúde pública. Isso porque a doença não apresenta um alto índice de agravo, ou seja, poucas pessoas precisam de internação.
“A Monkeypox, aparentemente é uma doença autolimitada, o que isso quer dizer? Ela tem um período de adoecimento, usualmente a pessoa tem a doença e pode ficar nesta situação por até 28 dias. Então, eu acredito que o colapso da saúde nós não teremos, em função do perfil da doença. Mas a gente pode ter um acréscimo significativo no número de casos e isso é uma situação que preocupa, porque é uma doença pouco conhecida”, explicou Divania.
Apesar disso, a superintendente ressalta que casos graves podem acontecer, visto que as lesões causadas pela doença “podem gerar infecções secundárias por bactérias, por isso a gente vem tratando a importância de um diagnóstico precoce”. Além disso, a SES, afirma que em criança a “Varíola dos Macacos” pode levar a casos de desidratação.
Até o momento, todos os casos confirmados no estado são de homens que tiveram relação sexual com outros homens. No entanto, a SES reforça que o risco de contaminação é semelhante para todos, visto que, a doença é transmitida por contato e fluidos corporais.
“A essa doença, todos nós somos suscetíveis, então, o risco é igual para todos. Claro que existem as vias de transmissão. A partir do momento que a gente tem contato com um caso confirmado, com fluidos das lesões – emitidos ao tossir, espirrar, falar -, ou fluidos genitais, a gente tem, sim, o risco de adquirir essa infecção”, explicou a superintendente.
Vacinação contra a varíola
Existem estudos para o retorno da vacinação da vacina contra a varíola, doença erradicada na década de 60. No entanto, de acordo com a SES, ainda não se pode confirmar que o imunizante é 100% eficaz para a nova doença. Além disso, a previsão é que apenas alguns grupos de pessoas sejam vacinadas.
“A OMS até menciona que a vacina não seria, assim como foi para a covid-19, para a população geral. Seria para grupos específicos, principalmente profissionais de saúde, grupos específicos de forma geral. O que foi mencionado, durante uma reunião que o secretário participou, é de uma possibilidade de uma elaboração de um plano de vacinação contra essa doença no Brasil. Mas isso é algo bem recente, ocorrido na última quinta-feira, 27”, relatou Divania.