Análise: Vasco anula o Corinthians na ida, volta ileso e se enche de moral para decidir o título em casa
Da maneira como o jogo se desenrolou na Neo Química Arena, com direito a bola na trave, o time pode lamentar por não ter saído com a vitória e encurtado o caminho para ser campeão no domingo.
Antes do primeiro jogo da final da Copa do Brasil, dado principalmente o histórico recente na Neo Química Arena, havia um consenso entre os torcedores do Vasco de que a missão nesta quarta-feira era não permitir que o Corinthians liquidasse o confronto e levar a decisão do título para o Maracanã, no próximo domingo.
Se olharmos por esse lado, a missão foi cumprida com louvor. O Vasco anulou as ações ofensivas do Corinthians nos primeiros 90 minutos da final, de modo que Léo Jardim não precisou operar nenhuma defesa difícil – a única, em finalização de Yuri Alberto que ele salvou com os pés, não valeu porque o lance foi anulado por impedimento.
Com atuação de almanaque da sua dupla de volantes (Thiago Mendes e Cauan Barros foram os melhores em campo), o time de Fernando Diniz protegeu bem a frente da área e empurrou o ataque corintiano para as laterais, onde Matheus Bidu apareceu uma vez ou outra como única válvula de escape. A solidez defensiva da equipe foi muito elogiada por Diniz na coletiva.
Mas o Vasco fez além disso na Neo Química Arena. Apesar da aplicação na marcação, não houve retranca. O que a equipe fez foi reduzir os espaços. Mas, quando teve a bola, conseguiu acelerar a troca de passes e explorar as estocadas em velocidade de Rayan e Andrés Gómez – em especial do colombiano, que incomodou a defesa adversária o tempo todo e foi escolhido o melhor jogador da partida.
Cada um terminou a partida com três finalizações. Foi numa jogada dos dois que o Vasco chegou a abrir o placar no primeiro tempo, mas Rayan estava levemente adiantado quando recebeu de Andrés, e a arbitragem anulou o lance. Nos dois minutos seguintes, o time aproveitou o embalo e finalizou outras duas vezes: um chute de Coutinho de fora da área e uma cabeçada perigosa de Puma Rodríguez.
Hugo Souza também não foi muito exigido, no final das contas. Na melhor chance do Vasco, aos 21 minutos do segundo tempo, o goleiro só olhou a bola bater de mansinho na trave depois da cabeçada de Barros. O time de Diniz terminou a partida com 12 finalizações contra apenas sete do Corinthians, o que mostra o tamanho do volume de jogo e como a equipe levou vantagem na estratégia.
Como é de praxe quando o Vasco está bem, Diniz só mexeu na equipe lá para as tantas do segundo tempo. Aos 33, Nuno Moreira deu lugar a Vegetti. E pouco depois, um exausto Philippe Coutinho, que completou nesta quarta seu maior número de jogos disputados na mesma temporada em toda a carreira (55), saiu para a entrada de Matheus França.
Depois de sair ileso de Itaquera, o Vasco agora se enche de moral para decidir o título em casa, no Maracanã e com ingressos já esgotados. O jogo de volta da final da Copa do Brasil será no domingo, às 18h (de Brasília).




