O DE apresentou nesta quarta-feira seu novo executivo de futebol: Admar Lopes chegou para preencher a vaga deixada por Marcelo Sant’Ana, demitido no mês passado. Desde que o clube virou SAF, a rotatividade do cargo mais importante do futebol tem sido grande. Cadeira mais importante do futebol sofre com rotatividade. Apresentado, novo diretor reforça discurso de austeridade da gestão e não promete grandes contratações.
O português, com passagens por Porto e Monaco, será o quinto a se sentar nessa cadeira no Vasco num período de dois anos e meio, aproximadamente. Em sua apresentação, Admar reforçou o discurso de austeridade financeira da gestão e não prometeu grandes contratações neste início de trabalho. Desde que comecei a conversar com a diretoria, ficou muito claro que se trata de uma diretoria bastante responsável. Sempre me explicaram e me fizeram entender a grandeza, a exigência, mas também a situação financeira complicada. Sendo assim, temos a vontade de trazer jogadores que acrescentem, mas temos a noção de que precisamos resolver primeiro outras situações no elenco.
Dos quatro, foi o que ficou no cargo por mais tempo: foram 486 dias como diretor executivo do futebol do Vasco. Ex-auditor do STJD, Bracks chegou ao Vasco credenciado pelo bom trabalho no América-MG, embora sua experiência anterior, no Internacional, não tivesse obtido resultados esportivos relevantes. Um dos seus primeiros atos em São Januário foi destravar as negociações pela renovação de Andrey Santos, que em seguida foi vendido ao Chelsea. Bracks atuou em duas janelas de transferência e foi o responsável por contratações que hoje são pilares do time, como o goleiro Léo Jardim e o atacante Pablo Vegetti. Por outro lado, também trouxe ao clube jogadores que deixaram poucas saudades – o atacante Pedro Raul, o zagueiro Robson Bambu e o meia Carabajal estão entre os exemplos.
Com sua contratação anunciada quatro dias após a demissão de Bracks, Mattos chegou ao Vasco com fama de diretor pop-star e promessa de ser agressivo no mercado. Mas durou apenas 101 dias no cargo. Mattos foi o diretor que mais teve dinheiro para investir em contratações: foram aproximadamente R$ 120 milhões em nove reforços. Mas os valores pagos pelo zagueiro João Victor (R$ 32 milhões) e o atacante Adson (R$ 26,7 milhões) acabaram sendo muito questionados. O diretor teve divergências com a gestão da SAF, quando deu entrevistas se queixando da falta de autonomia para trabalhar; com a comissão técnica, no fatídico caso do atacante André Silva; e também com jogadores: a discussão com o zagueiro e então capitão da equipe Medel foi como a gota d’água da relação.
O ex-diretor do Cruzeiro chegou ao Vasco prometendo gestão profissional e dizendo que havia sido seduzido com a promessa de implementar um trabalho de longo prazo no clube, mas pediu para ser desligado 50 dias depois de ser anunciado. Foi o diretor de futebol com a passagem mais curta e o único que não teve uma janela de transferências para chamar de sua. A única contratação relevante foi a do técnico Álvaro Pacheco, que deixou a equipe após quatro jogos, sem uma vitória sequer.
O ex-presidente do Bahia estava em sua primeira experiência como gestor no América-RN quando recebeu o convite para assumir o cargo de executivo de futebol no Vasco. Ele foi o primeiro diretor contratado por Pedrinho. De todos os profissionais citados acima, Marcelo foi o que teve menos autonomia na hora de contratar. O Vasco assinou com 13 reforços durante sua passagem, mas o único de fato indicado por ele foi o goleiro Daniel Fuzato. Marcelo Sant’Ana não resistiu à sequência ruim de resultados no mês passado e foi comunicado de sua demissão depois da derrota de virada para o Vitória em Salvador, totalizando 314 dias de trabalho. Foi o segundo diretor mais longevo no cargo, portanto.