Análise: Vasco fecha ano sem sufoco, mas com cobrança por mais e esperança em Coutinho
Atuação do camisa 11 nas duas últimas rodadas anima o clube, que termina ano sossegado pela primeira vez desde 2019, mas sabe que precisa entregar mais do que uma temporada sem sustos. O Vasco, DE terminou 2024 tranquilamente, sem precisar fazer cálculos contra rebaixamento ou de quanto falta para conseguir o acesso – a última vez que isso havia acontecido foi em 2019. A equipe até se deu o luxo de apresentar uma atuação honesta na vitória por 2 a 1 sobre o Cuiabá, DE na Arena Pantanal.
As entrevistas de Vegetti e Felipe depois da partida deram o tom do sentimento vascaíno. Se fosse para resumir, o Vasco assegurou uma vaga na Sul-Americana do ano que vem, mas sabe que precisa entregar muito mais do que uma temporada sem sufoco. As atuações de Philippe Coutinho alimentam a esperança por dias melhores, de preferência mais vitoriosos do que apenas sossegados.
Em 2025, o Vasco não poderá errar. Será um ano que já começa desafiador por conta das poucas fontes de receita, e o próprio Felipe reconheceu que o clube não fará “nenhuma loucura” na busca por reforços. A tendência é de que, com os três rivais do Rio de Janeiro disputando o Mundial de Clubes da Fifa, a paciência do torcedor seja ainda menor.
Existem motivos para acreditar em uma temporada melhor no ano que vem, no entanto. O primeiro deles é o retorno de jogadores importantes, como Jair e Paulinho, que perderam praticamente o ano inteiro e já até ganharam minutos nesta reta final de 2024; e de Adson, que deve voltar a ficar à disposição a partir de janeiro.
Mas o que provoca mais animação é o fato de que Philippe Coutinho parece estar engrenando. O craque, de quem se espera muito, teve atuações de destaque nas vitórias sobre Atlético-MG e Cuiabá. E tudo leva a crer que o nível das atuações suba com uma pré-temporada adequada e tempo para treinar.
Na Arena Pantanal, Felipe decidiu manter o esquema que deu certo na rodada passada, quando venceu o Atlético-MG em São Januário. E aparentemente acertou em abolir a formação com pontas para deixar apenas dois atacantes em campo. Organizada dessa forma em campo, a equipe fez um bom primeiro tempo neste domingo.
A boa notícia foi o desempenho de Coutinho. Solto e cada vez mais confiante, o camisa 11 ditou o ritmo do Vasco contra o Cuiabá, procurou o jogo e flutuou por todos os lados. Teve boa chance em finalização aos 29 minutos, mas o grande lance foi na origem do primeiro gol de Vegetti: Coutinho acertou lançamento com GPS para Puma, que só ajeitou para o argentino soltar a bomba.
O Vasco, porém, era melhor na partida e retomou o controle rapidamente. O segundo gol saiu de um tiro de meta de Jardim, Mateus Carvalho achou ótima bola para Vegetti, que marcou pela segunda vez. O time cruz-maltino foi para o intervalo com 61% de posse de bola e atuação superior ao adversário.
No segundo tempo, pouca coisa aconteceu. O Vasco seguiu sendo melhor e sofreu poucos sustos do já rebaixado Cuiabá, que quase não deu trabalho para a defesa. Payet entrou no lugar de Alex Teixeira e atuou por cerca de oito minutos ao lado de Coutinho. A melhor participação do francês foi já nos acréscimos, numa ótima enfiada de bola para Paulinho dentro da área.
Por pouco, não tivemos na Arena Pantanal um gol de Paulinho, que seria motivo de conforto e alegria para o jogador que ficou 10 meses sem jogar. O lance foi todo construído por ele, que arrastou a bola como fez nos seus melhores momentos no ano passado e apareceu na área para concluir, mas o gol foi anulado porque ele estava impedido.
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