Vaticano diz que frase de Papa sobre casamento homossexual foi tirada de contexto

No documentário “Francesco”, que estreou no festival de Roma, no dia 21 de outubro, o papa é visto dizendo: “As pessoas homossexuais têm direito de estar em uma família. Elas são filhas de Deus e têm direito a uma família”. Esta fala gerou polêmica e a mídia repercutiu como um “aprovação” do pontífice, às uniões homossexuais.

Fato é que o Vaticano, agora, vem à tona para esclarecer a confusão. Segundo a Santa Sé, a fala de Francisco foi tirada de contexto e cortada propositalmente. Segundo a nota explicativa, o Papa também teria dito: “falar em casamento entre pessoas do mesmo sexo é algo incongruente”. Esta frase, porém, foi cortada do filme, segundo o Vaticano.

A instituição também declarou que o pontífice se referia às uniões civis, sendo que a Igreja Católica continua considerando as relações homossexuais como pecado e não reconhecidas como “matrimônio”. Em documento assinado pelo Papa João Paulo II, entretanto, até a união civil é condenada. O título é “Considerações sobre os projectos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais”, disponível no site da Congregação para a Doutrina da Fé.

“A igreja ensina que o respeito para com as pessoas homossexuais não pode levar, de modo nenhum, ao reconhecimento legal das uniões homossexuais. Reconhecer legalmente as uniões homossexuais significaria não só aprovar comportamento errado, mas também ofuscar comportamentos fundamentais que fazem parte do bem comum da humanidade”, diz o texto, de 2003.

 

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Espanha investiga Airbnb em ofensiva contra aluguéis turísticos irregulares

O governo da Espanha abriu uma investigação sobre o Airbnb, acusando a plataforma de não remover milhares de anúncios irregulares que, segundo autoridades e moradores, contribuem para a falta de moradias e a elevação dos preços de aluguel e imóveis no país.

A ação foi divulgada nesta quarta-feira, 18, pelo Airbnb, que confirmou ser alvo de uma investigação conduzida pelo Ministério dos Direitos do Consumidor. O órgão, no entanto, não mencionou o nome da empresa publicamente. Caso seja considerada culpada, a plataforma enfrenta uma multa de até 100 mil euros (cerca de R$ 650 mil) ou um valor equivalente a quatro a seis vezes o lucro gerado pelas práticas consideradas irregulares.

A investigação integra uma ampla campanha da Espanha para limitar o impacto do aluguel turístico em cidades, especialmente em plataformas como Airbnb e Booking.com. Muitos espanhóis atribuem a essas práticas a escassez de moradias, o turismo excessivo e a dificuldade dos moradores locais em pagar aluguéis.

De acordo com o Ministério dos Direitos do Consumidor, a plataforma investigada foi notificada para remover anúncios de imóveis classificados como “publicidade ilegal” devido à ausência de licenças para uso turístico, mas a solicitação não foi atendida, resultando no início de um processo disciplinar.

Defesa do Airbnb

O Airbnb afirmou que orienta os anfitriões a garantir que possuem as permissões necessárias para alugar seus imóveis e seguem as normas locais. A empresa alegou que o governo não forneceu uma lista clara de anúncios fora de conformidade e argumentou que nem todos os proprietários precisam de licença para alugar.

Além disso, a plataforma contestou a autoridade do Ministério para regulamentar aluguéis de curto prazo, citando decisões judiciais, incluindo uma de 2019 do Tribunal de Justiça da União Europeia, que classificou o Airbnb como um “serviço da sociedade da informação”, e não como um agente imobiliário. A empresa declarou ainda que não tem obrigação de monitorar os conteúdos publicados, em conformidade com a Lei de Serviços Digitais.

Regulamentação mais rígida em andamento

O Ministério dos Direitos do Consumidor reforçou que a maioria das regulamentações regionais exige que anúncios de residências turísticas incluam o número da licença, e a ausência dessa informação é considerada publicidade ilegal. O porta-voz do órgão evitou comentar diretamente sobre a investigação, alegando não poder confirmar o nome da plataforma envolvida.

Medidas mais severas contra aluguéis turísticos já foram tomadas em Barcelona. Em junho, o prefeito Jaume Collboni anunciou a proibição total de aluguéis de curto prazo até 2028. A decisão, atualmente contestada por associações de proprietários de imóveis turísticos, foi criticada pelo Airbnb, que alegou favorecer apenas o setor hoteleiro, sem resolver os problemas de turismo excessivo e crise imobiliária.

A repressão aos aluguéis turísticos não se limita à Espanha. Outros países europeus, como Itália e Croácia, também adotaram ações para restringir o crescimento desse tipo de locação.

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