O que se sabe sobre o vazamento de óleo que fechou o aeroporto Santos Dumont e cancelou mais de 160 voos
Um problema com o veículo que fazia a manutenção preventiva da pista provocou vazamento de óleo. A limpeza exigiu uso de desengraxante biodegradável e jatos de alta pressão para garantir segurança operacional.
Vazamento de óleo na pista do aeroporto Santos Dumont fechou o aeroporto por quase 12 horas
DE reunimos abaixo as principais perguntas e respostas para explicar o que aconteceu, quais medidas foram tomadas e como fica a situação dos passageiros.
O QUE CAUSOU O VAZAMENTO DE ÓLEO?
Segundo a Infraero, o óleo vazou do motor de um caminhão usado em manutenção preventiva da pista. O veículo não transportava combustível — o líquido era do próprio sistema hidráulico. Estima-se que cerca de 50 litros tenham se espalhado no asfalto, próximo a uma das cabeceiras, ponto crítico para pousos e decolagens.
COMO FOI FEITA A LIMPEZA DA PISTA?
Logo após o vazamento, o caminhão foi retirado e iniciou-se a limpeza com um desengraxante biodegradável, aplicado junto com água de caminhões de combate a incêndio, que possuem jatos de alta pressão. De acordo com a Infraero, o produto utilizado é específico para esse tipo de incidente e garante os níveis de atrito exigidos para a segurança das aeronaves.
POR QUE A PISTA DEMOROU TANTO PARA SER LIBERADA?
A Infraero explicou que o pavimento da pista do Santos Dumont é feito em CPA (Camada Porosa de Atrito). Isso exige uma limpeza minuciosa para garantir que não reste material escorregadio ou obstrutivo. Após a lavagem, foi feita medição do atrito da pista para liberar as operações. O aeroporto reabriu às 17h25.
QUANTOS VOOS E PASSAGEIROS FORAM AFETADOS?
Até as 17h, 162 voos haviam sido cancelados — 84 partidas e 80 chegadas. Outros 14 foram desviados para o Galeão. O número total de passageiros prejudicados não foi informado, mas milhares enfrentaram atrasos, filas e realocações em hotéis ou em outros aeroportos.
O AEROPORTO TEM UM PLANO DE EMERGÊNCIA PARA ESSE TIPO DE SITUAÇÃO?
Sim. A Infraero informou que o plano contempla procedimentos específicos para a remoção de contaminantes na pista, com acionamento de equipes, equipamentos e produtos adequados. Segundo a estatal, todos os recursos disponíveis foram usados “no menor prazo possível”, respeitando critérios de segurança.
POR QUE NÃO FOI USADA SERRAGEM NA LIMPEZA?
Especialistas consultados pela TV Globo sugeriram que a serragem poderia ter reduzido o tempo de interdição. A Infraero, no entanto, afirma que esse material não é recomendado para pistas com CPA, porque poderia se infiltrar no pavimento e comprometer o escoamento de água, reduzindo o atrito e aumentando o risco para as aeronaves. Além disso, a remoção da serragem levaria mais tempo.
O QUE AS COMPANHIAS AÉREAS DEVEM OFERECER AOS PASSAGEIROS AFETADOS?
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) lembra que as empresas são obrigadas a prestar assistência material gratuita conforme o tempo de espera: alimentação, hospedagem, transporte e comunicação. Nos casos de atraso acima de quatro horas ou cancelamento, o passageiro pode escolher entre: reacomodação em outro voo; reembolso integral da passagem; transporte alternativo, como ônibus.
O AEROPORTO VOLTOU A FUNCIONAR NORMALMENTE?
Sim. Para reduzir os impactos do fechamento, a Infraero informou que o Santos Dumont ficou operacional além do horário regular na terça-feira (6h às 23h). A ideia era que fosse possível regularizar os voos previstos.




